Capa jornalística sobre a proposta da OAB da medicina, com imagem de médico medindo pressão e título sobre o avanço do projeto no Senado.
Arte de capa destaca o debate sobre a criação da “OAB da medicina” e o avanço do projeto no Senado, com imagem de atendimento médico.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o projeto que cria a chamada “OAB da medicina”. A iniciativa estabelece um exame nacional para autorizar o exercício da profissão. Como o texto não precisa passar pelo plenário, ele segue diretamente para a Câmara dos Deputados. Com isso, o debate sobre formação médica, fiscalização e qualidade deve ganhar força nos próximos meses.

O que muda com a criação do exame

O PL 2.294 determina que médicos recém-formados só obterão registro no CRM após aprovação em uma prova nacional. O Conselho Federal de Medicina (CFM) ficará responsável por coordenar e aplicar o exame. Além disso, os conselhos regionais atuarão como parceiros na logística e na supervisão.

O teste será oferecido duas vezes ao ano em todos os estados e no Distrito Federal. Dessa forma, o estudante poderá se inscrever logo após concluir a graduação. O objetivo central é assegurar competências teóricas, práticas e éticas, reforçando a qualidade mínima exigida para o início da carreira.

O projeto também cria uma avaliação obrigatória para alunos do 4º ano, sob coordenação do Ministério da Educação. Esse instrumento permitirá acompanhar o desempenho dos cursos e, portanto, ampliar a fiscalização sobre a formação médica no país.

Regras para formados no exterior

A proposta mantém a necessidade de exame para quem estudou fora do Brasil. No entanto, ela equipara a aprovação no Exame Nacional de Proficiência em Medicina às duas etapas do Revalida. Dessa maneira, o processo de revalidação pode se tornar mais direto, sem reduzir o nível de exigência para o exercício profissional.

Quem defende a proposta

O CFM lidera a defesa do projeto. A entidade afirma que o exame garantirá mais segurança para a população, já que filtrará profissionais sem preparo adequado. Além disso, conselheiros e médicos apontam que diversos cursos de medicina apresentam desempenho abaixo do esperado em avaliações oficiais. Com um exame nacional, eles enxergam a chance de corrigir falhas na formação e elevar o padrão mínimo.

Ex-examinadores da OAB e especialistas em educação também apoiam a iniciativa. Para eles, a experiência do exame da Ordem demonstra que avaliações nacionais ajudam a proteger a sociedade e a organizar o mercado profissional.

Quem critica e por quê

Associações que representam faculdades particulares rejeitam a proposta. Segundo elas, o país já possui mecanismos de avaliação contínua e diretrizes curriculares definidas pelo MEC. Além disso, as instituições argumentam que o exame pode aumentar a evasão e desestimular estudantes. Outro ponto citado é o impacto nas regiões remotas, que enfrentam escassez crônica de médicos.

Mesmo assim, defensores do projeto afirmam que a qualidade dos cursos varia bastante e que a prova se torna necessária para equilibrar o padrão nacional.

O debate ainda deve crescer

Com o avanço no Senado, o tema entra agora na pauta da Câmara. A mudança ocorre em um momento de expansão acelerada de cursos de medicina, portanto, a pressão por avaliações mais rígidas deve aumentar. Enquanto isso, entidades do setor se organizam para influenciar a tramitação e pressionar por ajustes no texto.

Como o tema deve avançar

A criação da “OAB da medicina” representa uma das maiores mudanças recentes na formação médica brasileira. O exame nacional poderá alterar o início da carreira, afetar faculdades, transformar processos de revalidação e, acima de tudo, redefinir o padrão mínimo para quem ingressa no mercado. Agora, o futuro da proposta depende do debate político na Câmara dos Deputados.

Fonte: UOL