Operações no Brasil e na Argentina derrubam 558 streamings piratas

Ações coordenadas em dois países miram aplicativos ilegais, bloqueiam sites e reforçam cerco à pirataria digital na América do Sul.

0
1248
Capa mostrando o título Brasil e Argentina derrubam 558 streamings piratas ao lado de um crânio digital vermelho e uma TV box pirata.
Capa destaca as operações no Brasil e na Argentina que derrubaram 558 serviços ilegais de streaming.

Brasil e Argentina iniciaram, nos últimos dias, uma ofensiva conjunta contra a pirataria digital. As ações derrubaram 558 serviços ilegais de streaming, mostrando como as operações derrubam 558 streamings piratas, incluindo plataformas conhecidas no mercado clandestino, como BTV, Red Play, My Family Cinema e TV Express. As operações começaram na quinta-feira (27) e envolveram forças policiais, órgãos de fiscalização e autoridades de vários países.

Rede internacional operava como empresa formal

Operações de combate à pirataria, realizadas na Argentina e no Brasil, tiraram do ar 558 serviços de streaming ilegais nos últimos dias (Imagem: Who is Danny/Shutterstock)

Na Argentina, a etapa mais recente ocorreu no domingo (30). As autoridades retiraram do ar 22 aplicativos ilegais, complementando outra fase que já havia bloqueado 14. Desde setembro de 2024, o Ministério Público Fiscal de Buenos Aires investiga o grupo após uma denúncia da Alianza, entidade latino-americana que combate a pirataria audiovisual .

As apurações revelaram um esquema sofisticado. A estrutura funcionava como uma empresa comum, com escritórios, áreas de marketing e vendas e até setor de Recursos Humanos para cerca de 100 funcionários. Apesar disso, a parte técnica operava a partir da China. No total, os investigadores mapearam 36 aplicativos envolvidos na operação.

O grupo alcançava 6,2 milhões de assinantes, sendo 4,6 milhões no Brasil, e movimentava mais de US$ 150 milhões por ano. Os números mostram a dimensão continental da rede e a capacidade de lucrar com serviços irregulares de vídeo sob demanda .

Brasil bloqueia 535 sites na oitava fase da Operação 404

TV boxes são permitidas no Brasil, desde que homologadas pela Anatel (Imagem: CeltStudio/Shutterstock)

Paralelamente, o Brasil avançou na oitava fase da Operação 404, iniciada pelo Ministério da Justiça em 2019. Nesta etapa, as autoridades bloquearam 535 sites e um aplicativo que oferecia transmissões não autorizadas. Também cumpriram 44 mandados de busca e apreensão, além de quatro prisões preventivas e três flagrantes. A ação reuniu a Anatel, a Ancine, polícias civis de 15 estados e autoridades de outros quatro países da região .

Desde o início da operação, mais de três mil sites e aplicativos foram removidos ou tiveram conteúdo ilegal desativado. Dessa forma, o governo reforça o combate ao mercado clandestino e pressiona operadores de plataformas ilegais.

TV boxes piratas expõem usuários a riscos e prejuízos

Grande parte desses serviços chega ao público por meio das chamadas TV boxes piratas, aparelhos similares a dispositivos de IPTV. Eles permitem acessar canais, filmes e séries sem autorização. Embora a venda de TV boxes seja permitida no Brasil, a Anatel exige homologação para garantir segurança e funcionamento adequado.

A agência alerta para riscos graves. Dispositivos não certificados podem causar interferências em outros equipamentos, além de abrir brechas para ataques cibernéticos. A prática também traz prejuízos ao consumidor. O Procon-SP explica que quem assina serviços piratas não possui direito a reembolso, já que aceita voluntariamente participar de uma atividade ilegal. Como muitas empresas nem existem formalmente, órgãos de defesa do consumidor sequer conseguem notificá-las .

Cerco à pirataria fica mais rígido no continente

O avanço das operações na região demonstra uma estratégia coordenada entre autoridades brasileiras e argentinas. Como resultado, o cerco se fecha contra plataformas que funcionam com alto lucro e grande alcance. A expectativa é que investigações futuras incluam novas parcerias internacionais, já que a pirataria digital atua em rede e depende de servidores e intermediários instalados em diversos países.

Ao mesmo tempo, os governos reforçam campanhas sobre segurança cibernética e alertam para os riscos de dispositivos irregulares. Assim, o combate à pirataria deixa de focar apenas em direitos autorais e passa a incluir a proteção do usuário e do ambiente digital.

Fonte: Olhar Digital