Estudo mostra como as pessoas estão usando a inteligência artificial em 2025

Relatório revela mudanças no comportamento global e destaca avanço de usos emocionais, organizacionais e profissionais da IA generativa

0
1047

A inteligência artificial entrou de vez na rotina das pessoas em 2025 e, conforme aponta um novo relatório internacional, seu papel deixou de ser apenas técnico. A pesquisa, publicada pela Harvard Business Review, analisou os 100 principais casos de uso da IA generativa no último ano e mostra que o público passou a utilizar a tecnologia de forma mais emocional, prática e cotidiana .

Além disso, o documento identifica uma aceleração no ritmo de adoção. O interesse dos usuários dobrou, governos ampliaram regulações e empresas intensificaram investimentos. Ao mesmo tempo, novos modelos e agentes inteligentes surgiram, reforçando a presença da IA em diferentes aspectos da vida. A imagem destacada no relatório — um perfil humano com ícones digitais saindo da cabeça — resume visualmente essa integração entre pensamento, dados e tomada de decisão (imagem na página 2) .

IA deixa funções técnicas e avança para o campo emocional

O relatório mostra que houve uma mudança significativa no uso da IA generativa. Pela primeira vez, o caso de uso mais comum em 2025 é “terapia e companhia”. Isso significa que grande parte da população recorre à IA para lidar com luto, ansiedade, dúvidas íntimas e conversas profundas, sobretudo em regiões onde há poucos profissionais especializados .

Além disso, muitos usuários destacam que a ausência de julgamento humano, a disponibilidade constante e o baixo custo tornam a tecnologia uma alternativa viável. Dessa forma, a IA passou a ocupar um espaço que antes dependia exclusivamente de apoio psicológico tradicional.

Organização pessoal cresce e entra no top 3 de usos

O relatório revela também que as pessoas estão usando a IA para organizar suas rotinas de maneira mais estruturada. Por isso, “Organizando minha vida” ocupa a segunda posição no ranking. Usuários afirmam utilizar assistentes inteligentes para planejar tarefas domésticas, criar cronogramas, organizar metas e acompanhar hábitos diários .

Logo após, o item “Encontrar propósito” aparece como o terceiro uso mais frequente. Nesse caso, a IA serve como guia de autodesenvolvimento, oferecendo reflexões sobre valores, foco e próximos passos pessoais. Assim, a tecnologia ganhou espaço também em decisões que antes exigiam longas introspecções.

Produtividade no trabalho muda com a chegada dos agentes de IA

No ambiente profissional, o estudo aponta que a IA generativa passou a atuar como parceira direta de produtividade. Ferramentas como o Microsoft Copilot estão integradas a e-mails, arquivos, mensagens e reuniões e, por isso, ajudam a automatizar tarefas antes demoradas, como resumos, análises e planejamento interno .

Além disso, grandes empresas já investem em agentes especializados. A EY, por exemplo, treina colaboradores para trabalharem com mais de 150 agentes de IA voltados a tarefas fiscais, jurídicas e consultivas, o que amplia a velocidade e a eficiência das equipes. Dessa maneira, a tecnologia deixa de ser apenas um recurso de apoio e se consolida como parte estrutural da rotina corporativa.

IA se fortalece como ferramenta de aprendizado

O levantamento também mostra que a IA se tornou um apoio essencial para estudos. Alunos utilizam modelos generativos para complementar cursos, revisar conteúdos e aprofundar explicações que os materiais tradicionais deixam de lado. Em um dos relatos analisados, um estudante afirma usar a IA como guia adicional durante um curso de análise de dados, o que melhora sua compreensão e retenção das informações .

Apesar disso, o relatório observa preocupações crescentes sobre o impacto da tecnologia no desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens. Isso porque tarefas escolares podem ser resolvidas instantaneamente, o que reduz o esforço mental e afeta o aprendizado autônomo.

Preocupações aumentam: dependência, privacidade e memória limitada

Embora o uso da IA cresça rapidamente, o relatório destaca algumas preocupações. Uma delas é a dependência excessiva, já que parte dos usuários admite recorrer à tecnologia até para tarefas simples. Além disso, a privacidade aparece como um dos temas mais sensíveis, especialmente diante do volume de dados armazenados por grandes empresas de tecnologia. Em fóruns analisados, muitos usuários demonstram receio sobre o que pode ser feito com suas informações pessoais .

Outro ponto importante é a limitação de memória dos modelos. Mesmo com avanços, muitos usuários consideram que os sistemas ainda não mantêm histórico suficiente das interações, o que reduz a personalização e compromete a continuidade das conversas.

De conselheiros a agentes: o próximo salto esperado na IA

Por fim, o relatório aponta que a população deseja que a IA evolua de “consultora” para “agente”. Em outras palavras, usuários querem que os modelos executem tarefas completas, como cancelar assinaturas, resolver pendências, enviar documentos e automatizar ações sem necessidade de intervenção constante.

De acordo com Marc Zao-Sanders, autor da pesquisa, a tendência é que a tecnologia continue avançando e se integre ainda mais ao cotidiano. Assim, a IA deve ganhar funções mais sofisticadas em 2026, ampliando seu impacto em diferentes setores da sociedade.

Fonte: Infomoney