Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é assinada

Lei sancionada amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e cria desconto para rendas de até R$ 7.350; mudanças passam a valer em 2026.

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A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês foi sancionada e já tem data para começar a valer. A partir de 2026, milhões de contribuintes passarão a pagar menos imposto ou até deixarão de pagar totalmente. Além disso, a medida cria um desconto progressivo para rendas um pouco maiores e estabelece novas regras para quem está na faixa de alta renda.

Para entender o impacto real das mudanças, veja abaixo as principais perguntas e respostas.

O que prevê a nova lei

A lei ampliou a isenção do IR para pessoas que ganham até R$ 5 mil mensais e, ao mesmo tempo, criou um desconto reduzido para quem recebe até R$ 7.350. Esse mecanismo diminui o imposto de forma gradual e, portanto, favorece quem está logo acima da faixa de isenção.

Além disso, o governo instituiu um imposto mínimo de até 10% para rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil, especialmente sobre lucros e dividendos, que antes não eram tributados. Dessa forma, os contribuintes com rendas elevadas passam a contribuir mais.

Quem será impactado

De acordo com estimativas oficiais, cerca de 15 milhões de pessoas devem ser beneficiadas. A maior parte desse grupo deixará de pagar o imposto mensalmente, o que gera alívio imediato no orçamento.

Por outro lado, entre 140 mil e 150 mil contribuintes de alta renda passarão a recolher o imposto mínimo criado pela nova regra. Assim, o governo redistribui parte da carga tributária para quem está no topo da pirâmide de rendimentos.

Quando passa a valer

As novas regras começam a valer em janeiro de 2026. Portanto, os salários recebidos a partir desse mês já terão cálculo ajustado. Como consequência, a declaração do Imposto de Renda de 2027 refletirá integralmente as mudanças.

Quanto os trabalhadores vão economizar

A economia varia conforme a renda. Por exemplo: quem ganha R$ 5 mil por mês deixará de pagar R$ 312,89 mensalmente, o que representa uma redução expressiva ao longo do ano. Já quem recebe valores entre R$ 5.001 e R$ 7.350 terá descontos menores, mas ainda assim notará diferença mensal no salário.

À medida que a renda sobe dentro dessa faixa, o desconto diminui até chegar ao limite máximo previsto pela lei.

A isenção vale para salário líquido ou bruto

A regra considera sempre o rendimento bruto. Portanto, a isenção se aplica apenas a contribuintes com ganho mensal bruto de até R$ 5 mil.

Mais de uma fonte de renda

Quem possui diferentes fontes de renda também pode ser beneficiado. Contudo, a soma de todas as fontes deve ficar abaixo de R$ 5 mil para garantir a isenção total. Caso ultrapasse esse valor, o contribuinte entra na faixa de desconto progressivo ou segue tributado normalmente.

Desconto para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7.350

A nova lei prevê que trabalhadores dentro dessa faixa terão redução menor no imposto. Por exemplo, alguém que ganha R$ 7 mil deve economizar cerca de R$ 46,61 por mês. Embora o valor seja menor que o benefício da isenção total, ainda representa um alívio anual.

Acima de R$ 7.350, nada muda, já que a tabela progressiva atual continua em vigor.

Como o governo vai compensar a renúncia fiscal

O governo estima uma perda de R$ 25,8 bilhões em 2026. Para compensar esse valor, adotou a tributação mínima sobre lucros e dividendos de alta renda. Essa mudança busca equilibrar o sistema tributário, já que muitos contribuintes de renda elevada declaravam pró-labore baixo e recebiam grandes valores como lucros isentos.

Além disso, uma parte da arrecadação será destinada a estados e municípios.

Os mais ricos vão pagar mais imposto

Com a nova legislação, contribuintes com renda anual acima de R$ 600 mil passarão a recolher o imposto mínimo. O valor cresce de maneira progressiva e acompanha o aumento da renda. Veja alguns exemplos práticos:

  • R$ 600.001 → imposto de R$ 0,10

  • R$ 600.010 → imposto de R$ 1

  • R$ 601 mil → cerca de R$ 100,17

  • R$ 605 mil → cerca de R$ 504,17

  • R$ 615 mil → aproximadamente R$ 1.537,50

Esses valores ilustram como a cobrança evolui de forma gradual.

Vai mudar a declaração do IRPF

Até o momento, a Receita Federal não anunciou mudanças na forma de declarar o Imposto de Renda. A expectativa é que as possíveis atualizações sejam detalhadas ao longo de 2026. Por enquanto, o contribuinte deve seguir o mesmo processo habitual.

Quem é CLT e ganha salários altos terá mudanças

Os trabalhadores com salários altos não serão afetados pela nova regra. Como o IR sobre folha já segue a tabela progressiva com retenção em fonte, nada muda para esse grupo. As alterações atingem apenas lucros e dividendos, não remunerações tradicionais.

Ferramentas de simulação

O material disponibiliza duas calculadoras que ajudam a visualizar o impacto:

  • quanto cada faixa de renda deixará de pagar;

  • qual será a cobrança mínima para rendimentos acima de R$ 600 mil.

Essas ferramentas facilitam a comparação e permitem que o contribuinte avalie seu cenário de forma clara.

Fonte: G1