A data marca a memória das irmãs Mirabal, assassinadas em 1960 na República Dominicana. Desde então, o dia se tornou um símbolo de enfrentamento. Ele lembra que, apesar de algumas conquistas, a violência contra meninas e mulheres segue intensa e cada vez mais diversificada.
Violência cresce em várias frentes
Relatórios recentes revelam que mais de 840 milhões de mulheres sofreram violência física ou sexual em algum momento da vida. Mesmo assim, o progresso global é lento. A queda anual permanece abaixo de 0,3%, o que mostra a dificuldade de transformar políticas em resultados concretos.
Imagem ilustrativa de uma mulher vítima de violência doméstica, destacando o silêncio imposto pelo agressor.
Além disso, cresce a violência digital, que inclui assédio online, perseguição virtual e divulgação de imagens íntimas. Esse tipo de agressão ocorre com rapidez e atinge mulheres jovens com maior intensidade. Por esse motivo, a ONU passou a tratar o tema como prioridade.
Países reagem, mas os avanços são desiguais
Vários governos anunciaram ações para marcar os 16 Dias de Ativismo. A França apresentou um projeto de lei amplo, com medidas nas áreas de saúde, segurança e proteção digital. Ao mesmo tempo, estados africanos relataram aumentos preocupantes nos ataques contra mulheres, o que levou regiões como Ondo, na Nigéria, a lançar campanhas de enfrentamento.
Além disso, a União Europeia reforçou a urgência de leis que reconheçam a violência digital. A entidade destacou que a agressão online não pode seguir invisível, pois ela cria novas formas de controle e exposição.
Brasil enfrenta crescimento da violência e desafios históricos
No Brasil, a situação também preocupa. Uma mulher sofre violência física a cada quatro minutos, segundo levantamentos recentes. Além disso, os feminicídios aumentaram em várias regiões, especialmente no Norte e no Centro-Oeste.
Imagem ilustrativa de uma mulher em posição de defesa diante de agressão física, representando casos de violência doméstica.
Embora leis como a Maria da Penha tragam avanços, especialistas afirmam que elas precisam vir acompanhadas de políticas contínuas. Assim, medidas de prevenção, campanhas educativas e ampliação de serviços de acolhimento tornam-se essenciais. Ao mesmo tempo, cresce o número de vítimas de violência digital, principalmente entre adolescentes.
Onde denunciar violência contra a mulher no Brasil
Em qualquer situação de risco, a mulher pode ligar para o 190, que é o canal de emergência da Polícia Militar. Além disso, o Disque 180 funciona 24 horas, recebe denúncias anônimas e orienta sobre direitos e serviços disponíveis. Também é possível buscar apoio em Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), Centros de Referência, Ministério Público, Defensoria Pública e aplicativos como o Proteja Brasil e Maria da Penha Virtual, disponibilizados em vários estados. Em casos de violência digital, a vítima pode registrar ocorrência pelas delegacias online e solicitar remoção de conteúdo diretamente às plataformas.
25 de novembro reforça responsabilidade coletiva
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher funciona como um chamado global. A data lembra que o enfrentamento exige ação contínua. Por isso, governos, escolas, famílias e plataformas digitais precisam agir com mais rapidez.
A proteção de mulheres e meninas depende de educação, acolhimento e punição adequada para agressores. Enquanto a violência permanecer naturalizada, nenhuma sociedade alcançará equilíbrio ou segurança.