Arte mostra a jovem inventora segurando o fone inteligente capaz de gravar agressões e acionar a polícia automaticamente.
Uma adolescente de 16 anos decidiu transformar a preocupação com a violência contra mulheres em ação. Por isso, desenvolveu um fone de ouvido inteligente capaz de registrar ataques, enviar a localização exata e acionar automaticamente a polícia. A solução, além de discreta, reforça a proteção de vítimas que muitas vezes não conseguem pedir ajuda.
Tecnologia discreta para situações de risco
A adolescente criou um fone de ouvido inteligente, que avisa a polícia sobre violência contra mulheres – Foto: divulgação
O dispositivo, chamado Alerting Earpiece, funciona inicialmente como um fone comum. No entanto, ele incorpora uma câmera embutida e um sistema de alerta automático. Assim que a usuária pressiona o botão discreto, a gravação começa e, ao mesmo tempo, a localização é enviada para contatos de confiança e serviços de emergência.
Essa abordagem reduz o risco de o agressor perceber o acionamento, já que o design se mistura facilmente com acessórios do dia a dia. Além disso, o formato silencioso permite que a vítima solicite ajuda mesmo em momentos de extremo perigo.
A ideia nasceu da realidade local
A jovem cresceu em Limpopo, na África do Sul, região que infelizmente registra altos índices de agressões contra mulheres. À medida que acompanhava relatos de violência nas comunidades vizinhas, percebeu a urgência de uma ferramenta prática e acessível. Desse modo, decidiu criar um equipamento que pudesse ser usado sem chamar atenção e que funcionasse rapidamente.
Ainda no ensino médio técnico, ela uniu conhecimentos de tecnologia da informação, eletrônica e segurança pessoal. Com isso, apresentou o primeiro protótipo do fone inteligente, garantindo que ele fosse simples o bastante para uso diário.
Reconhecimento em feiras científicas e impacto social
Em 2020, o projeto recebeu medalha de bronze na Eskom Expo for Young Scientists, uma das principais feiras científicas do país. O prêmio, portanto, impulsionou a visibilidade da invenção e motivou a adolescente a aperfeiçoar o dispositivo. Depois disso, ela criou a Mphahlele Alerts, pequena empresa dedicada ao avanço da tecnologia.
Organizações sociais que conheceram a iniciativa destacam que o fone pode complementar políticas públicas de prevenção à violência de gênero. Afinal, muitas mulheres caminham sozinhas para estudar ou trabalhar e, por consequência, ficam mais vulneráveis. Nesse cenário, o dispositivo surge como um recurso de proteção adicional.
Próximos passos e expansão da tecnologia
Atualmente, a adolescente estuda Tecnologia da Informação e participa de uma incubadora voltada para jovens mulheres inovadoras. Durante essa fase, ela continua aprimorando o Alerting Earpiece, explorando novos sensores, integração com aplicativos de emergência e melhorias na estabilidade do sistema de alerta.
Além disso, a jovem orienta outras meninas interessadas em ciência e inovação. Segundo ela, ideias capazes de salvar vidas podem surgir em qualquer ambiente, desde que recebam incentivo e apoio. Por isso, acredita que o fone inteligente tem potencial para se tornar uma ferramenta global no enfrentamento à violência contra mulheres.
Fonte: Só Notícia Boa