Primeiro hospital inteligente do SUS com mais de 800 leitos, ilustrado com tecnologia de inteligência artificial.
Arte ilustrativa mostra o anúncio do primeiro hospital inteligente do SUS, que terá mais de 800 leitos e sistemas avançados de inteligência artificial.

O Brasil avança na modernização da saúde pública com a criação do primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS). A nova unidade ficará em São Paulo e promete transformar o atendimento de alta complexidade. O anúncio ocorreu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e destacou o início de um modelo que integra tecnologia, agilidade e acolhimento. A previsão de inauguração é para 2027.

Logo na apresentação, autoridades explicaram que o hospital, chamado Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), terá mais de 800 leitos dedicados a emergências de adultos e crianças. Além disso, o complexo atuará em áreas essenciais, como neurologia, cardiologia, neurocirurgia e terapia intensiva. Como consequência, o volume de atendimentos especializados deve aumentar de forma significativa. A unidade também adotará inteligência artificial para agilizar diagnósticos e reduzir o intervalo entre a chegada do paciente e a definição do tratamento.

Tecnologia promete reduzir tempo de resposta e integrar serviços

Para garantir rapidez, o ITMI-Brasil reunirá diversas tecnologias em um único sistema. Assim, o hospital funcionará com plataformas digitais, telessaúde, ambulâncias conectadas e monitoramento clínico inteligente, todos integrados em tempo real. Como resultado, cada etapa do atendimento ficará mais precisa.

Segundo as projeções apresentadas, o tempo de resposta em casos graves — que hoje pode chegar a 17 horas — poderá cair para cerca de 2 horas. Isso ocorrerá porque os sistemas inteligentes acompanharão leitos, organizarão prioridades e fornecerão apoio contínuo às decisões médicas. Além disso, o projeto nasce de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, o que reforça a integração institucional. Para financiar a construção, o governo solicitará ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics) um investimento de US$ 320 milhões.

Estrutura moderna, sustentável e voltada para a humanização

O novo complexo ocupará 150 mil m² e seguirá padrões internacionais de sustentabilidade e segurança. Dessa forma, os ambientes foram planejados para oferecer conforto tanto a pacientes quanto a profissionais. O projeto inclui áreas amplas, espaços humanizados, logística automatizada e infraestrutura preparada para tecnologias de alta complexidade.

Além disso, o ITMI-Brasil atuará como centro de pesquisa e formação, ampliando o protagonismo do Hospital das Clínicas. A unidade abrigará estudos em saúde digital, engenharia clínica, segurança cibernética e aplicações de inteligência artificial, o que fortalece o ecossistema de inovação do país.

Rede de UTIs inteligentes funcionará em dez capitais

Outro eixo do plano é a implantação de uma rede nacional de Unidades de Terapia Intensiva inteligentes. Inicialmente, as UTIs estarão presentes em Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e São Paulo. Cada unidade será conectada ao Hospital das Clínicas e contará com monitoramento digital e inteligência artificial.

Consequentemente, equipes espalhadas pelo país terão suporte especializado e regulação de leitos mais eficiente. O governo, entretanto, já sinalizou que pretende expandir a rede gradualmente para outras cidades.

Investimentos fazem parte da Nova Indústria Brasil

A criação do hospital inteligente integra os investimentos do governo no Complexo Econômico-Industrial da Saúde, dentro da estratégia Nova Indústria Brasil. Nesse eixo, mais de R$ 4,4 bilhões já foram destinados a iniciativas de pesquisa, inovação e digitalização até 2033. Além disso, um grupo técnico do Ministério da Saúde acompanha todas as etapas do projeto para garantir agilidade, transparência e qualidade.

Avanços também fortalecem o atendimento oncológico

Por fim, durante a agenda em São Paulo, o ministro da Saúde visitou o Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, que atende exclusivamente pacientes do SUS. A unidade recebeu um novo acelerador linear, avaliado em R$ 10,4 milhões, que ampliará o acesso à radioterapia. O equipamento reforça o programa Agora Tem Especialistas, criado para reduzir filas de atendimento especializado em todo o país.

Fonte: Só Notícia Boa