Imagem editorial mostra sacos de café e embalagens de seis marcas proibidas pela Anvisa em 2025, com selo vermelho “PROIBIDO” e fundo com o logotipo da Anvisa.
Seis marcas de café foram retiradas do mercado em 2025 após inspeções da Anvisa e do Ministério da Agricultura por irregularidades sanitárias.

O governo federal decidiu proibir seis marcas de café e “bebidas sabor café” em 2025. Essa proibição de marcas de café pela Anvisa veio após fiscalizações da Anvisa com o Ministério da Agricultura e autoridades estaduais.
Durante as inspeções, os fiscais constataram substâncias tóxicas, selos falsificados e falhas graves nas fábricas. Como resultado, algumas marcas foram classificadas como “café fake”, pois não continham grãos de café de verdade.

Além disso, as interdições mostraram um aumento no rigor da fiscalização de produtos alimentícios, o que reforça o cuidado com a segurança alimentar no país.

As marcas vetadas pela Anvisa

Cafés ou ‘bebidas sabor café’ proibidos pelo governo federal em 2025 — Foto: Reprodução

Em 2025, as seguintes marcas foram proibidas:

  • Melissa – pó para preparo de bebida sabor café (junho/2025);

  • Pingo Preto – pó para preparo de bebida sabor café (junho/2025);

  • Oficial do Brasil – bebida sabor café (junho/2025);

  • Café Câmara – (setembro/2025);

  • Fellow Criativo (Cafellow) – pó para preparo de café (outubro/2025);

  • Vibe Coffee – todos os produtos da marca (novembro/2025).

Essas empresas enfrentam sanções administrativas e proibição de comercialização, enquanto novas análises laboratoriais seguem em andamento.

Principais irregularidades encontradas

Segundo a Anvisa, os produtos Melissa, Pingo Preto e Oficial continham ocratoxina A, uma toxina perigosa para o consumo humano.
Além disso, os rótulos indicavam ingredientes inexistentes, como “polpa de café”. Na prática, porém, eram feitos com resíduos e grãos crus.
Por essa razão, o Ministério da Agricultura classificou os produtos como “lixo da lavoura” e determinou sua retirada imediata do mercado.

O caso do Café Câmara foi ainda mais grave. As análises revelaram fragmentos semelhantes a vidro e o uso indevido do selo de pureza da Abic, o que caracteriza falsificação.
Logo depois, a Cafellow, responsável pelo produto Fellow Criativo, também entrou na lista de proibições. O café continha extrato de cogumelo Agaricus Bisporus, ingrediente sem aprovação para uso em alimentos.
Além disso, a empresa fazia promessas de controle de insulina e redução do colesterol, o que viola a legislação sanitária.

Por fim, a Vibe Coffee, sediada no Espírito Santo, foi suspensa por falta de licença sanitária, ausência de registro dos produtos, falhas nas boas práticas de fabricação e condições precárias de higiene.
Dessa forma, o governo determinou o cancelamento temporário da produção até que as adequações sejam concluídas.

O que disseram as empresas envolvidas

A Cafellow confirmou que interrompeu as vendas e informou estar regularizando o produto na Anvisa.
A Vibe Coffee alegou que ela mesma solicitou a inspeção, com o objetivo de obter o alvará sanitário.
Após a vistoria, a marca afirmou ter suspenso voluntariamente as atividades para reformar e adequar as instalações.

Enquanto isso, a Duas Marias, fabricante da Melissa, explicou que o produto é uma mistura alternativa legalmente permitida, e que não se apresenta como café puro.
Por outro lado, as marcas Pingo Preto e Oficial não responderam aos questionamentos. O Café Câmara também não foi localizado.

Como reconhecer o café verdadeiro

De acordo com a legislação brasileira, o café legítimo deve conter somente grãos de café torrado e moído.
Embora a lei permita até 1% de impurezas naturais, como galhos ou cascas, ela proíbe qualquer adição de outros grãos, como milho, trigo ou cevada.
Do mesmo modo, é ilegal o uso de corantes, açúcar, caramelo ou borra reaproveitada.

Portanto, o consumidor deve verificar o selo de pureza da Abic, ler os rótulos com atenção e evitar produtos que usem expressões vagas, como “sabor café” ou “mistura especial”.
Esses cuidados ajudam a garantir segurança e autenticidade no consumo diário.

Reflexos da decisão

As interdições reforçam a importância da fiscalização sanitária no Brasil.
Com medidas como essa, o governo protege o consumidor, estimula a transparência e mantém o padrão de qualidade do café brasileiro.
Além disso, a ação serve como alerta para empresas do setor, que devem seguir rigorosamente as normas da Anvisa para continuar no mercado.

Fonte: G1