Brasileira intoxicada por metanol volta a enxergar parcialmente após tratamento médico em São Paulo
Radharani Domingos, brasileira intoxicada por metanol, começa a recuperar a visão após semanas de tratamento intensivo em São Paulo

A designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, começa a recuperar a visão após sofrer intoxicação por metanol ao consumir uma bebida adulterada em um bar dos Jardins, na zona oeste de São Paulo.
Ela ficou em coma por 15 dias, mas agora relata que voltou a enxergar parcialmente e celebra cada pequeno progresso.

Recuperação lenta, mas cheia de esperança

Mulher que teve visão afetada após beber caipirinha com metanol em SP relata melhora na visão

Em entrevista à TV Globo, Radharani contou que o processo de recuperação avança de forma lenta e constante. Segundo ela, ainda há uma “neblina” na visão, mas já é possível distinguir formas, objetos e cores.

“É uma visão escura, nebulosa. Parece que tem uma neblina, mas vejo que está melhorando um pouquinho a cada dia. Já consigo perceber móveis, o sofá e as cores diferentes. Isso para mim é um alívio gigante”, afirmou.

O neuro-oftalmologista responsável pelo tratamento acompanha o progresso diário. Embora ainda não exista previsão de cura completa, os médicos consideram a melhora um avanço expressivo. Casos semelhantes costumam deixar sequelas graves e permanentes, mas o quadro de Radharani inspira otimismo.

Metanol: risco extremo e consequências severas

Os exames mostraram 415,9 mg/l de metanol na urina, o que representa quatro vezes o limite fatal.
Especialistas explicam que níveis acima de 150 mg/l já colocam o corpo em risco de falência de órgãos e lesão cerebral.

O metanol é um álcool de uso industrial, presente em solventes e produtos de limpeza. Quando ingerido, o fígado o transforma em substâncias tóxicas que atacam o sistema nervoso, podendo causar cegueira, insuficiência renal, parada respiratória e morte.
Até o final de outubro, o Ministério da Saúde confirmou 59 casos de intoxicação e 7 mortes em cinco estados e no Distrito Federal.

Vítima cobra justiça e mais fiscalização

Mesmo feliz com a recuperação parcial, Radharani se mostra indignada com a falta de resposta das autoridades. Ela pede mais rigor na fiscalização e responsabilidade dos estabelecimentos que vendem bebidas ao público.

“A gente não pode sair para tomar uma caipirinha e quase morrer. É preciso saber que o local é responsável pelo que oferece e que as autoridades estão fiscalizando isso”, afirmou.

As investigações continuam para descobrir a origem das bebidas adulteradas e os responsáveis pela distribuição.
Enquanto isso, a vítima segue em tratamento e reforça o alerta para que outras pessoas não passem pelo mesmo risco.

Esperança e lição para o país

A história de Radharani simboliza esperança e superação. Sua melhora mostra que o tratamento pode funcionar quando o diagnóstico é rápido. Além disso, o caso chama atenção para a importância da fiscalização sanitária e da consciência do consumidor sobre a origem das bebidas que consome.

O drama vivido pela designer reforça uma mensagem clara: prevenir é salvar vidas. Cada passo da sua recuperação é um lembrete de que a luta por segurança e responsabilidade continua.

Fonte: Só Notícia Boa