Operação Ouro de Areia mostra prédio da Assembleia Legislativa de Rondônia afundando na areia, representando investigação da Polícia Civil e do Ministério Público.
Arte mostra o prédio da Assembleia Legislativa parcialmente afundado em areia, simbolizando o esquema investigado pela Polícia Civil e Ministério Público em Rondônia.

A Polícia Civil de Rondônia e o Ministério Público do Estado (MP-RO) deflagraram, na madrugada desta sexta-feira (17/10/2025), a Operação Ouro de Areia em Porto Velho. A ofensiva foi liderada pela 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco 2) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

As equipes cumpriram 1 mandado de prisão preventiva, 9 de busca e apreensão, 3 de suspensão de função pública por 90 dias e 12 de proibição de acesso à Assembleia Legislativa de Rondônia (ALERO). Além disso, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e com uma das vítimas. Todos os mandados foram expedidos pela 1ª Vara de Garantias da Capital.

Esquema de servidores fantasmas e empréstimos consignados

Agentes da Polícia Civil e do Gaeco de Rondônia durante a Operação Ouro de Areia, que investiga corrupção e servidores fantasmas na Assembleia Legislativa.

As investigações revelam que o grupo indicava pessoas para cargos comissionados na ALERO sem exigir o cumprimento das funções. Em troca, uma parte dos salários era entregue aos intermediários do esquema.

O grupo também usava os nomes dos servidores fantasmas para contratar empréstimos consignados. Depois, dividia o dinheiro entre os participantes, deixando as dívidas sob responsabilidade das vítimas.

De acordo com o relatório, a operação apura peculato, estelionato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Assim, os investigadores buscam identificar todos os responsáveis e garantir a devolução dos recursos públicos desviados.

Mandados cumpridos na capital

As diligências ocorreram apenas em Porto Velho. Participaram da ação o Departamento de Combate ao Crime Organizado (Decco), as Dracos 1 e 2, a Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Decor), o Caex e o próprio Gaeco.

Os mandados atingiram residências e locais de trabalho dos suspeitos, incluindo uma estação na Gerência de Controle de Folha de Ponto da ALERO. Entre os alvos, há três servidores comissionados.

Segundo as autoridades, não há indícios de envolvimento de deputados estaduais até o momento. Entretanto, as investigações continuam para apurar eventuais ramificações.

Sentido simbólico do nome da operação

O nome “Ouro de Areia” simboliza a falsidade e a aparência de legalidade do esquema. Assim como o ouro falso, a estrutura parecia legítima, mas escondia corrupção e manipulação de recursos públicos.

A expressão também remete à instabilidade e à fragilidade de quem tenta se sustentar sobre práticas ilícitas — uma metáfora à areia movediça que engole quem busca enriquecer de forma ilegal. A operação pretende expor as fraudes e restaurar a transparência no serviço público.

Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI)