Mais de 200 pessoas ficam presas no Everest após nevasca intensa; trilheiros caminham na neve enquanto montanha nevada aparece ao fundo
Equipes de resgate enfrentam condições extremas para salvar trilheiros presos na encosta do Everest após nevasca inesperada no Tibete

Nevasca atinge encostas do Everest e bloqueia trilheiros

Uma forte nevasca atingiu a encosta oriental do Monte Everest e deixou mais de 200 pessoas presas, segundo a mídia estatal chinesa. As equipes de resgate, formadas por moradores e socorristas locais, correm contra o tempo para localizar e salvar os trilheiros.

A tempestade começou na noite de sexta-feira (4). Desde então, as condições climáticas pioraram, o que dificultou o acesso às trilhas. Até agora, 350 pessoas já foram resgatadas e levadas para a cidade de Qudang, entre elas a jovem Chen Geshuang, de 29 anos.

“Estava tão úmido e frio que a hipotermia era um risco real”, contou Chen à Reuters.

Socorristas enfrentam neve de até um metro de profundidade

O grupo de Chen partiu em direção ao acampamento de Cho Oyu no dia 4 de outubro. Embora previsões indicassem melhora no tempo, a nevasca se intensificou inesperadamente. Como resultado, o grupo decidiu permanecer no local.

“Quando acordamos na manhã seguinte, a neve já tinha cerca de um metro de profundidade”, disse Chen.

Com o agravamento da situação, eles decidiram retornar. A caminhada de volta levou quase seis horas, pois a trilha estava soterrada. Durante o trajeto, encontraram aldeões que levavam suprimentos para os socorristas.

“Muitas pessoas vêm aqui durante a Semana Dourada, mas a neve deste ano foi excepcional”, explicou Chen.

Resgate mobiliza centenas e paralisa turismo no Everest

A Companhia de Turismo do Condado de Tingri suspendeu a venda de ingressos e bloqueou o acesso à área cênica do Everest desde sábado. Além disso, segundo a CCTV, diversas tendas desabaram e alguns alpinistas apresentaram sinais de hipotermia.

O Everest é o pico mais alto do mundo, com 8.849 metros. Em 2024, o local recebeu um número recorde de visitantes: mais de 540 mil pessoas. No entanto, poucos tentam chegar ao topo, conhecido por seus riscos extremos.

China e Nepal enfrentam clima severo e mortes

Enquanto o Tibete lida com o isolamento de trilheiros, o Nepal enfrenta deslizamentos e inundações. As chuvas intensas causaram pelo menos 47 mortes em dois dias. Paralelamente, a China lida com o tufão Matmo, que forçou a evacuação de 150 mil pessoas.

Ainda assim, obter dados confiáveis da Região Autônoma do Tibete segue sendo um desafio. O acesso de jornalistas é restrito e informações externas são limitadas.

“Mesmo em situações normais, a comunicação com moradores locais é quase impossível”, relatou a BBC.

 

Fonte: BBC Brasil