Mão com luva segura ampola de antídoto contra metanol com bandeira do Japão ao fundo
Arte mostra ampola do antídoto fomepizol com destaque para a chegada emergencial do medicamento do Japão ao Brasil

Governo importa antídoto após aumento de intoxicações por metanol

O Ministério da Saúde confirmou que o Brasil receberá, ainda nesta semana, 2.500 tratamentos de fomepizol, antídoto utilizado em casos de envenenamento por metanol. Como a situação exige resposta imediata, a compra ocorreu em regime emergencial, sem licitação.

Medicamentos seguem para centros de referência

De acordo com o ministro Alexandre Padilha, os lotes vão diretamente para centros toxicológicos da rede pública federal. Como o Brasil não produz o fomepizol, o sistema de saúde tem utilizado etanol farmacêutico como alternativa.

No entanto, para garantir atendimento adequado, o governo também adquiriu 12 mil ampolas de etanol e mais 150 mil unidades extras. Assim, estados e municípios terão reforço suficiente para atender aos pacientes em risco.

Busca internacional acelerou a aquisição

Além da urgência, o fato de o remédio ter baixa circulação no mercado global forçou o ministério a ampliar sua busca. Por isso, a equipe acionou agências reguladoras de dez países e consultou sete fabricantes com experiência no antídoto.

Para ampliar a oferta, o governo também publicou um chamamento internacional no Diário Oficial da União. O texto solicita que farmacêuticas informem, dentro de 30 dias, sua capacidade de produção e envio ao Brasil.

Fomepizol age contra os efeitos do metanol

O fomepizol atua diretamente na prevenção das reações tóxicas causadas pela metabolização do metanol. A substância bloqueia a enzima responsável por transformar o metanol em formaldeído e ácido fórmico, elementos que provocam sérios danos ao corpo humano.

Embora o medicamento tenha eficácia reconhecida, ele ainda não integra oficialmente a política nacional de antídotos. Por essa razão, o Ministério da Saúde avalia sua incorporação ao SUS.

Casos já atingem 12 estados brasileiros

Até agora, o país confirmou 11 casos de intoxicação e investiga outros 116 suspeitos, distribuídos em 12 estados. A primeira morte ocorreu na capital paulista. Além disso, outras sete mortes seguem em análise, incluindo três em São Bernardo do Campo e duas no interior de Pernambuco.

Metanol representa risco grave à saúde

O metanol é um álcool incolor e tóxico, muitas vezes confundido com o etanol. Segundo o CDC dos Estados Unidos, a ingestão de apenas 10 ml pode causar cegueira, enquanto 30 ml podem ser letais.

Geralmente, criminosos utilizam o produto para adulterar bebidas ou combustíveis. Por isso, o consumo representa risco imediato à saúde pública, especialmente em áreas com baixa fiscalização.

Fonte: UOL