Imagem mostra bandeiras da China e dos EUA com grãos de soja caindo e gráfico de queda, simbolizando cancelamento de importações
China interrompe importações de soja americana como resposta às tarifas de Trump; produtores dos EUA relatam prejuízos

China impõe bloqueio comercial para forçar recuo das tarifas

A suspensão total das compras de soja dos Estados Unidos pela China em setembro de 2025 marca um novo capítulo na tensão econômica entre as duas potências. O governo de Xi Jinping exige o fim imediato das tarifas de 30% impostas por Donald Trump sobre produtos chineses. Em contrapartida, Pequim zera as importações do grão americano e sinaliza que só retomará as compras se houver cooperação bilateral.

Até 2024, os chineses compraram mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA, mas a retaliação interrompe esse fluxo. Dessa forma, o impacto recai diretamente sobre o agronegócio americano, que já enfrenta outros desafios internos.

Com saída dos EUA, Brasil e Argentina avançam sobre o mercado

Enquanto os Estados Unidos perdem espaço, a América do Sul assume o protagonismo nas exportações para a China. O Brasil ampliou suas vendas de soja e a Argentina suspendeu temporariamente impostos, o que fortalece a competitividade regional. Com isso, os embarques sul-americanos crescem justamente no momento em que os americanos ficam fora do jogo.

Além disso, a demanda chinesa por grãos permanece aquecida, o que mantém abertas as portas para fornecedores alternativos. A medida, portanto, representa uma oportunidade estratégica para o Brasil.

Agricultores americanos relatam perdas e armazenamento saturado

Nos Estados Unidos, a situação é grave. Produtores de soja enfrentam estoques acumulados e risco de falência, já que não conseguem escoar a produção. Em alguns estados, mais de 60% das exportações eram destinadas à China, o que agrava a crise local. Faltam armazéns, há escassez de mão de obra e os custos sobem por causa da inflação.

Para minimizar os danos, o governo americano anunciou um auxílio emergencial financiado com recursos das próprias tarifas. No entanto, muitos agricultores se mostram céticos quanto à eficácia dessa proposta.

Setor rural critica promessas e cobra respostas do governo

Embora Trump afirme que o dinheiro das tarifas será usado para apoiar os fazendeiros, líderes do setor questionam a falta de resultados concretos. John Boyd Jr., presidente da Associação Nacional de Agricultores Negros, declarou à CNN que a ajuda nunca chegou de fato.

Essas tarifas não funcionaram antes e não vão funcionar agora. Precisamos de respostas reais”, afirmou. Para ele, a política de confronto prejudica ainda mais o campo americano. Além disso, uma pesquisa da Universidade de Purdue confirma que o otimismo no setor está em queda, com muitos temendo sair do mercado.

Fonte: CNN Brasil