mulher segurando xícara de café canéfora rondoniense com fundo de lavoura amazônica
Imagem mostra mulher com café em destaque ao lado do mapa de Rondônia, sobre lavoura de grãos maduros

Crescimento sustentável e produtividade recorde

Nos últimos 22 anos, Rondônia reduziu drasticamente sua área cultivada com café. Apesar disso, a produtividade aumentou em 544%. Hoje, o café canéfora rondoniense alcança uma média de 55,2 sacas por hectare, superando estados tradicionais como Espírito Santo e Bahia.

Como consequência, o estado se consolida como o maior produtor de café da Amazônia. Esse salto produtivo ocorreu sem comprometer a preservação ambiental. Pelo contrário, a sustentabilidade do café canéfora rondoniense se tornou a base para esse crescimento.

Selo de origem impulsiona cafeicultores locais

Em 2021, o INPI concedeu o selo de Denominação de Origem “Matas de Rondônia”. Essa certificação agregou valor ao café cultivado em 15 municípios do estado.

Desde então, os produtores deixaram de vender o produto como commodity. Agora, as sacas são destinadas a compradores de cafés especiais. Durante a Semana Internacional do Café, um lote foi negociado por R$ 4 mil. Isso representa uma valorização de aproximadamente 470% em relação ao mercado tradicional.

Agrofloresta e protagonismo indígena

Em terras indígenas, o cultivo segue sistemas agroflorestais. As plantas de café compartilham espaço com espécies nativas, incluindo variações de canéfora rondoniense. Além disso, os agricultores utilizam controle biológico em vez de agrotóxicos.

A partir de 2019, a empresa 3 Corações iniciou a compra de cafés indígenas por meio do projeto Tribos. O programa realiza concursos de qualidade e oferece prêmios aos melhores grãos. Com essa iniciativa, mais de 150 famílias foram diretamente beneficiadas.

Enquanto isso, o reconhecimento nacional e internacional dos grãos amazônicos não para de crescer.

Café impulsiona turismo e renda

O fortalecimento da cafeicultura trouxe reflexos positivos para o turismo rural. Em Cacoal, por exemplo, a fazenda da família Bento recebe mais de 30 mil visitantes por ano. A visita inclui passeios pelas lavouras, degustações e experiências culturais.

Dessa forma, o ciclo do café canéfora rondoniense impulsiona também os setores de hospedagem, alimentação e transporte. Consequentemente, a economia regional se fortalece com a valorização da produção local.

Canéfora: a força amazônica do café

Rondônia cultiva a variedade robusta do canéfora, desenvolvida a partir do conilon. Esse grão tem sabor encorpado e quase o dobro de cafeína do arábica. Por essa razão, conquista cada vez mais apreciadores no Brasil e no exterior.

A pesquisadora Renata Silva, da Embrapa, destaca a mudança de percepção sobre a espécie. “Se o arábica é bossa nova, o canéfora é rock and roll,” resume.

Por fim, Rondônia demonstra que é possível gerar renda, valorizar culturas indígenas e manter o equilíbrio ambiental. Com excelência e inovação, o café canéfora rondoniense se firma como emblema da nova Amazônia produtiva e sustentável.

Fonte: Dinheiro Rural