Floresta amazônica dividida entre vegetação preservada e área desmatada em chamas, com mapa digital de IA indicando zonas de risco ambiental
Arte mostra atuação de IA na Amazônia: tecnologia antecipa locais com risco de desmatamento e apoia ações de fiscalização do Ibama

Uma nova ferramenta com inteligência artificial já prevê, com até 15 dias de antecedência, as áreas mais ameaçadas por desmatamento na Amazônia. A tecnologia apoia o Ibama, demonstrando como a IA na Amazônia está sendo usada, e está disponível na plataforma TerraBrasilis, do INPE.

Nova IA antecipa locais com risco de desmatamento na Amazônia

A floresta amazônica agora conta com o reforço de um sistema inteligente que detecta o desmatamento antes mesmo que ele aconteça. A nova ferramenta de inteligência artificial consegue prever com até 15 dias de antecedência as áreas que apresentam maior risco de devastação. Operando na plataforma TerraBrasilis, mantida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ela pode ser utilizada pelo Ibama e por municípios da região para melhorar as ações na Amazônia.

O professor Raul Queiroz Feitosa, da PUC-Rio, lidera a equipe responsável pelo modelo. Segundo ele, a proposta busca aumentar a eficiência das ações de fiscalização, reduzir deslocamentos desnecessários e permitir respostas rápidas na Amazônia.

Tecnologia combina dados ambientais e históricos da floresta

A ferramenta, chamada Deforestation Prediction System, recebeu investimento de R$ 2,5 milhões da Climate and Land Use Alliance (CLUA). Para alcançar resultados precisos, o sistema cruza diferentes dados, como:

  • Mapas climáticos e rede hidrográfica, considerando o contexto da IA na Amazônia.

  • Proximidade de estradas e áreas protegidas

  • Informações sobre terras indígenas

  • Histórico de desmatamento registrado pelo INPE

Com esse conjunto, o modelo identifica padrões que indicam o risco de novas destruições, focando áreas que já sofreram pressão no passado. Assim, as equipes ambientais conseguem planejar com mais clareza e eficiência.

Ferramenta pode reduzir em até 80% os erros de previsão

Embora os resultados ainda estejam em fase inicial, a expectativa é positiva. De acordo com Feitosa, o sistema tem potencial para reduzir em até 80% os erros das previsões anteriores. Os próximos 12 meses serão fundamentais para medir o impacto real da tecnologia sobre os índices de desmatamento.

“Mesmo com fatores externos e complexos envolvidos, a inteligência artificial pode transformar a forma como protegemos a Amazônia”, afirma o professor.

Além de prever os pontos mais vulneráveis, o sistema também oferece suporte na detecção de incêndios e degradação ambiental, o que amplia ainda mais sua utilidade para políticas públicas ao abordar os desafios na Amazônia.

Fonte: Olhar Digital