Alimentos ultraprocessados como hambúrguer, pizza, bacon e batata frita com destaque para alerta de colesterol alto em crianças
Imagem destaca alimentos ricos em gordura saturada e reforça o alerta sobre o colesterol alto entre crianças brasileiras

Crianças também estão em risco

Embora o colesterol alto seja normalmente associado a adultos, pesquisas recentes comprovam que o problema já afeta crianças e adolescentes. De acordo com a endocrinologista pediátrica Ruth Rocha Franco, da USP, cerca de 25% das crianças brasileiras têm níveis elevados de colesterol.

Além disso, entre os afetados, 19% apresentam alta concentração de LDL, o chamado “colesterol ruim”. Isso significa que o risco cardiovascular pode surgir ainda nas primeiras fases da vida, o que exige atenção redobrada das famílias.

Causas vão além da alimentação

Criança segurando hambúrguer com bandeja de batata frita, sorvete e milk-shake
Alimentos ultraprocessados, como hambúrguer, batata frita e milk-shake, estão entre os principais vilões do colesterol infantil

Em muitos casos, o aumento do colesterol está diretamente ligado aos hábitos alimentares inadequados. No entanto, há também fatores genéticos. Em situações mais graves, a criança pode apresentar hipercolesterolemia familiar, uma condição em que o corpo produz colesterol em excesso, independentemente da dieta.

Por outro lado, outras causas importantes incluem:

  • Obesidade infantil

  • Consumo excessivo de gordura animal

  • Sedentarismo

  • Uso de medicamentos específicos

  • Doenças como a síndrome nefrótica

Portanto, é essencial observar não apenas o que a criança consome, mas também seu histórico familiar e rotina de saúde.

Sintomas não aparecem, mas o risco é real

Na maioria das vezes, o colesterol alto é silencioso. Por isso, ele pode passar despercebido por anos, acumulando placas de gordura nas artérias, que futuramente aumentam o risco de infarto e AVC.

Para reduzir esses riscos, o Ministério da Saúde recomenda exames específicos:

  • Entre 2 e 8 anos, em crianças com obesidade, diabetes ou histórico familiar de doenças cardíacas

  • Entre 9 e 12 anos, para as demais, já que o colesterol tende a subir com o início da puberdade

Assim, a detecção precoce se torna uma ferramenta essencial para a prevenção.

Como prevenir desde cedo

A boa notícia é que medidas simples podem fazer a diferença, principalmente se forem incorporadas à rotina familiar. Veja algumas orientações:

  • Evite alimentos ultraprocessados, como frituras, bolos, biscoitos recheados e refrigerantes

  • Incentive a prática de atividades físicas, reduzindo o tempo diante de telas

  • Realize check-ups periódicos, especialmente em casos de sobrepeso ou histórico genético

  • Consulte um especialista, pois em quadros mais graves pode ser necessária medicação

Com isso, é possível atuar antes que o problema se agrave, promovendo mais saúde e qualidade de vida.

Alerta aos pais e responsáveis

Portanto, o papel da família é fundamental. Ao incentivar hábitos saudáveis desde cedo, pais e responsáveis ajudam a proteger o coração das crianças ao longo da vida.

“O colesterol alto pode se desenvolver desde cedo, e os riscos não são visíveis. A prevenção é sempre o melhor caminho”, destaca Ruth Rocha Franco.

Fonte: Olhar Digital