Homem com dor abdominal em destaque, carne vermelha e ilustração de intestino inflamado representam os riscos do consumo excessivo.
Consumo frequente de carne vermelha pode alterar a microbiota e intensificar inflamações intestinais, apontam pesquisadores.

Novo estudo mostra que o consumo frequente de carne vermelha pode alterar o microbioma, aumentar a inflamação intestinal e elevar riscos de doenças.

Carne vermelha e inflamação: o que diz a ciência

Um novo estudo da Universidade Médica da Capital da China aponta que o consumo regular de carne vermelha pode agravar a doença inflamatória intestinal (DII). Isso acontece porque os cientistas observaram alterações no microbioma intestinal e, ao mesmo tempo, na resposta imunológica, o que favorece processos inflamatórios. Assim, o cólon se torna mais frágil e suscetível a lesões.

Resultados em experimentos

Nos testes realizados com camundongos, dietas diárias à base de carne suína, bovina e ovina durante duas semanas resultaram em inflamação intestinal significativa após a indução de colite. Além disso, os animais apresentaram redução de bactérias benéficas, como Akkermansia e Faecalibacterium, fundamentais para a proteção da mucosa, enquanto houve aumento de espécies nocivas, como Clostridium e Mucispirillum.

Essa disbiose fragilizou a barreira intestinal e favoreceu o acúmulo de células de defesa, como neutrófilos e macrófagos. Consequentemente, essas células liberaram moléculas danosas aos tecidos, e com isso elevaram os níveis de citocinas pró-inflamatórias. O processo não apenas intensificou a inflamação, como também deixou o cólon mais vulnerável a lesões graves.

O impacto do excesso

Pesquisas anteriores já apontavam que ingerir mais de 100 a 120 gramas de carne vermelha por dia aumenta os riscos de DII. Por outro lado, os autores reforçam que limitar o consumo a até duas vezes por semana pode reduzir significativamente o impacto inflamatório. Portanto, a moderação deve ser adotada como estratégia de prevenção, principalmente por pessoas com predisposição genética ou histórico familiar da doença.

Moderação como prevenção

Publicado na revista Molecular Nutrition & Food Research, o estudo conclui que equilibrar a alimentação é essencial para preservar a saúde intestinal. Além disso, os pesquisadores alertam que o consumo excessivo de carne vermelha está associado não apenas à inflamação, mas também à alteração da microbiota e ao enfraquecimento da barreira protetora do intestino. Desse modo, adotar hábitos alimentares equilibrados, com maior diversidade de fibras, frutas e vegetais, pode fortalecer o organismo contra doenças inflamatórias.

Fonte: Olhar Digital