Tarifaço dos EUA atinge setor de madeira com impacto em empregos no Brasil
Indústria madeireira brasileira sofre com tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, causando férias coletivas e demissões.

As tarifas de 50% impostas pelos EUA atingem o setor de madeira no Brasil, provocam férias coletivas, cortes de empregos e ameaçam 180 mil trabalhadores.

Crise se intensifica no setor de madeira

As tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, aplicadas pelos Estados Unidos no início de agosto, já afetam diretamente o setor madeireiro. Este tarifaço dos EUA no setor de madeira está obrigando muitas empresas a reduzir custos com férias coletivas e cortes de funcionários.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada (Abimci), 1,4 mil trabalhadores entraram em férias coletivas e 100 perderam o emprego desde julho. Esses números reforçam a gravidade da crise.

Empresas param linhas de produção

A Millpar, segunda maior empresa do setor no Brasil, suspendeu a produção na unidade de Guarapuava (PR). Dessa forma, 65% dos trabalhadores ficaram em férias por tempo indeterminado.

Segundo Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci, a tendência preocupa. Ele explica que, caso as tarifas do tarifaço dos EUA persistam, as companhias não terão outra saída além de ampliar os cortes.

“Se a situação continuar, as empresas não terão outra saída além de ampliar os cortes.”
Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci

Impacto econômico e social cresce

Em 2024, o setor exportou US$ 1,6 bilhão em madeira para os EUA, destino de metade da produção nacional. Entretanto, com as novas tarifas, a Abimci alerta que 180 mil empregos correm risco em todo o país.

No Paraná, estado que concentra 90% da produção, mais de 109 mil trabalhadores podem ser afetados. Portanto, a crise ameaça diretamente o principal produto exportado ao mercado norte-americano, destacando assim a relevância do tarifaço dos EUA setor de madeira.

Dependência do mercado dos EUA

O setor madeireiro sofre mais que outros segmentos porque grande parte da produção atende exclusivamente aos Estados Unidos. Por exemplo, molduras de madeira são fabricadas sob medida para aquele mercado. Como não existe demanda em outros países, a adaptação torna-se quase impossível.

Governo anuncia ajuda financeira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para socorrer as empresas atingidas. Apesar disso, representantes da indústria afirmam que o programa funciona apenas como um alívio temporário.

Assim, a solução definitiva passa pela renegociação das tarifas do tarifaço dos EUA com Washington. Sem esse diálogo, a crise tende a se prolongar.

Futuro incerto para o setor

Além das tarifas, os Estados Unidos abriram uma investigação comercial contra o Brasil. O governo americano questiona o combate ao desmatamento ilegal. No entanto, a Abimci reforça que 95% da madeira exportada vem de florestas plantadas no Sul do país, em conformidade com a legislação.

Enquanto o impasse continua, milhares de trabalhadores convivem com a insegurança. Por isso, especialistas alertam que o setor pode entrar em colapso caso não surja um acordo comercial, enfatizando a importância do tarifaço dos EUA setor de madeira.

Fonte: CNN Brasil