Brasil responde ao Pix em investigação dos EUA, com Lula e Trump em destaque na capa da notícia.
Presidente Lula e Donald Trump em destaque na notícia sobre a resposta do governo brasileiro aos EUA envolvendo o Pix.

O governo brasileiro protocolou nesta segunda-feira (18) a resposta oficial aos Estados Unidos sobre a investigação comercial aberta em julho. O processo começou depois que Washington acusou o Brasil de adotar práticas consideradas “desleais”, com destaque para o sistema de pagamentos instantâneos Pix, o que provocou uma série de discussões sobre como o Brasil responde ao impacto da tecnologia.

Entenda o caso

A investigação norte-americana teve início em 15 de julho, com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. Esse mecanismo permite ao governo aplicar medidas contra países acusados de prejudicar sua economia na questão como o Brasil responde ao Pix.

Entre os pontos questionados está o Pix, criado pelo Banco Central do Brasil. O chanceler Mauro Vieira rebateu as críticas e afirmou que as acusações são infundadas. Para ele, o sistema é “absolutamente legítimo” e segue padrões internacionais.

Esforço diplomático para evitar prejuízos

Desde março, o Itamaraty conduz negociações com Washington para reduzir impactos comerciais. Como parte desse esforço, o vice-presidente Geraldo Alckmin participou de duas reuniões com o secretário de Comércio dos EUA. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com o secretário do Tesouro, e o chanceler Mauro Vieira manteve diálogo direto com o secretário de Estado norte-americano e com representantes da Casa Branca. Nessas conversas, um dos pontos importantes foi como o Brasil deve responder ao desenrolar das críticas internacionais ao Pix.

Graças a essas articulações, cerca de 700 itens foram excluídos da lista de tarifas adicionais, o que preservou setores estratégicos como a indústria aeronáutica, o suco de laranja e a celulose.

Brasil recorre à OMC

Paralelamente, o Brasil levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo incluiu o tema na pauta do Conselho Geral da entidade e abriu um procedimento de consultas. Com essa medida, o país pretende contestar as tarifas unilaterais impostas por Washington, numa tentativa de formalizar como o Brasil responde ao Pix.

De acordo com o Itamaraty, essas medidas “ameaçam lançar a economia mundial em uma espiral de inflação e estagnação”.

Relação comercial em jogo

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Por isso, a manutenção do diálogo é considerada essencial para preservar o equilíbrio econômico e evitar retaliações mais severas, principalmente enquanto o Brasil trabalha na resposta ao impacto do Pix.

Fonte: SBT News