Felca em destaque, com imagem de Hugo Motta ao fundo, e título sobre adultização infantil online chegando à pauta da Câmara.
Felca expôs casos de adultização infantil na internet, mobilizando parlamentares e gerando proposta de lei no Congresso.

O youtuber Felca publicou, em 6 de agosto, um vídeo que colocou o tema da adultização infantil na internet no centro das discussões políticas. Com quase 50 minutos e mais de 27 milhões de visualizações, a produção denuncia casos graves de exploração de menores em conteúdos digitais. Além disso, o vídeo provocou repercussões rápidas nas redes e no Congresso Nacional.

Assista ao Vídeo aqui: Adultização

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o assunto será debatido nesta semana. Ele declarou que o vídeo “chocou e mobilizou milhões de brasileiros” e, portanto, exige ação imediata. Dessa forma, parlamentares já se articulam para incluir projetos relevantes sobre o tema na pauta.

Influencers perdem contas após denúncias

Entre os nomes citados por Felca, está Hytalo Santos, acusado de produzir e reproduzir conteúdos com menores de idade. Além disso, a jovem Kamylla Santos, conhecida como Kamylinha e atualmente com 17 anos, foi mencionada por ter sua imagem explorada de forma sensual.

Como resultado da repercussão, ambos perderam suas contas no Instagram. Assim, ficou evidente que, além do debate político, as plataformas começaram a agir sob pressão da opinião pública.

Debate envolve diferentes correntes políticas

O impacto do vídeo ultrapassou divisões ideológicas e alcançou diferentes setores da sociedade.

Por um lado, grupos à direita associaram o tema à defesa de valores morais e ao combate à sexualização infantil.

Por outro lado, setores à esquerda destacaram a importância da regulamentação digital e da responsabilização de criadores de conteúdo.

De acordo com a coluna Encaminhado com Frequência, da Folha de S. Paulo, o caso também despertou atenção de pessoas que normalmente não participam de debates políticos. Com isso, a pressão pública aumentou e o tema ganhou urgência no Congresso.

Proposta da “Lei Felca”

A assessora parlamentar Cristiane Britto, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, anunciou que apresentará no Senado a “Lei Felca”.

O texto prevê criminalizar e endurecer penas para a exploração e sexualização de crianças na internet. Além disso, obriga plataformas digitais a adotar sistemas para prevenir e remover imediatamente conteúdos ilegais. Segundo Britto, a tecnologia já está disponível, mas sua aplicação depende de vontade política.

Impactos esperados

Caso seja aprovada, a “Lei Felca” poderá:

  • Primeiro, ampliar as punições para quem criar ou compartilhar conteúdo que erotize menores.

  • Depois, criar protocolos entre forças policiais e empresas de tecnologia.

  • Por fim, obrigar as redes sociais a utilizar sistemas automáticos de detecção de conteúdo ilícito.

Assim, o caso mostra como a mobilização digital pode acelerar decisões políticas e abrir caminho para leis voltadas à proteção de crianças e adolescentes no ambiente online.

Fonte: Olhar Digital