Filhote de gato atrás das grades com expressão triste e texto “Abuso viral de gatos choca o mundo”
Imagem mostra gato aprisionado, destacando investigação da BBC sobre tortura viral de felinos

Rede internacional incentiva a tortura de gatos na internet

A BBC revelou uma rede global que promove tortura de gatos por meio de fóruns secretos. Além de recrutar novos participantes, os grupos compartilham vídeos e orientações sobre como causar dor extrema em filhotes. O caso veio à tona após dois adolescentes confessarem a morte de gatos em Londres.

Durante a investigação, jornalistas se infiltraram nas plataformas e constataram que, a cada 14 horas, um novo vídeo de crueldade era publicado. Embora os grupos operem globalmente, muitos membros estão localizados no Reino Unido, o que gerou pressão sobre as autoridades locais.

Grupos usam adoção como disfarce para mutilar animais

Para obter os gatos, os integrantes fingem que desejam adotá-los. Contudo, o objetivo real é submetê-los à tortura. Frequentemente, os abusadores usam formulários de adoção de instituições sérias, como a RSPCA. Além disso, negociam filhotes diretamente em plataformas de compra e venda.

A ativista Lara, que se infiltrou nesses grupos, relatou que nunca havia visto tanto sadismo concentrado. Por essa razão, ela definiu a experiência como um mergulho nas “profundezas do mal”. Segundo ela, muitos dos participantes competem entre si para ver quem pratica os atos mais cruéis.

Vídeos são compartilhados em massa nas redes secretas

Apesar do conteúdo explícito, os vídeos circulam livremente entre os membros. Pior ainda: muitos deles são vendidos. Em setembro de 2023, um dos grupos organizou uma espécie de campeonato de violência, incentivando a morte de 100 gatos no menor tempo possível.

Infelizmente, algumas crianças também estão envolvidas. Em um dos bate-papos analisados, um usuário afirmou ter apenas 10 anos e gostar de torturar gatos. Embora isso pareça inacreditável, os relatos foram confirmados por ativistas e reforçam a gravidade do problema.

Falta de legislação facilita o crescimento dos abusos

Enquanto os abusos crescem, muitos países não possuem leis específicas contra esse tipo de crime. Na China, por exemplo, onde parte dos grupos teve origem, a ausência de punições efetivas permite a continuidade das práticas. Além disso, o acesso irrestrito à internet amplia o alcance do conteúdo.

Lara reforça que os criminosos vivem fantasias sádicas sem medo das consequências. Ao mesmo tempo, a disseminação dos vídeos atinge o mundo inteiro, inclusive crianças. Por isso, a ativista defende ações urgentes por parte de governos e empresas de tecnologia.

Pressão internacional exige resposta firme das autoridades

Após a denúncia, a ONG Feline Guardians organizou protestos diante da Embaixada da China em Londres. O objetivo é pressionar por respostas concretas. Além disso, o grupo solicita a criação de mecanismos de denúncia eficazes e a remoção rápida do conteúdo das plataformas.

De acordo com a deputada Johanna Baxter, os abusos contra animais podem servir como porta de entrada para crimes ainda mais graves. Da mesma forma, a RSPCA reforçou que a crueldade não tem espaço em uma sociedade moderna. Ambos pedem leis mais duras e atuação conjunta entre países.

Fonte: BBC Brasil