Conselho lança cartilha sobre saúde ocular infantil

A saúde ocular infantil passou a contar com uma nova ferramenta educativa voltada a pais e professores. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram, nesta segunda-feira (4), a cartilha Saúde Ocular na Infância, com informações práticas para prevenir doenças oculares e identificar sinais precoces de problemas visuais.

O material inclui temas como conjuntivite, terçol, obstrução do canal lacrimal, além do uso correto de óculos. Além disso, aborda o impacto do uso excessivo de telas e os cuidados em situações de risco, como acidentes domésticos.

Exames e sinais de alerta

Segundo o CBO, mesmo sem sintomas, o exame oftalmológico deve ser realizado duas vezes durante a infância: entre os 6 e 12 meses e entre os 3 e 5 anos. Por isso, os pais devem observar alguns sinais importantes, como:

  • dificuldade para enxergar a lousa;

  • aproximação exagerada de livros ou telas;

  • dores de cabeça frequentes;

  • desalinhamento dos olhos;

  • reflexo esbranquiçado na pupila.

Esses indícios, quando ignorados, podem levar a quadros mais graves, como baixa visão ou cegueira. Além disso, condições como miopia, hipermetropia e astigmatismo são comuns entre crianças e afetam até 18% delas, dependendo da região e do tipo de alteração visual.

Telas, sol e prevenção

A cartilha alerta para o uso precoce e excessivo de telas. Nesse sentido, a regra 20-20-20 é recomendada: a cada 20 minutos, olhar por 20 segundos para algo a seis metros de distância. Assim, é possível aliviar a fadiga visual.

Além disso, atividades ao ar livre e a exposição solar indireta são benéficas. Elas contribuem para o desenvolvimento saudável da visão, especialmente na infância.

Participação da escola e da família

Enquanto os profissionais de saúde realizam diagnósticos, cabe à escola e à família observar o comportamento visual das crianças. A cartilha sugere práticas simples:

  • não compartilhar itens pessoais;

  • aplicar compressas mornas em casos de terçol;

  • fazer massagens suaves em caso de lacrimejamento;

  • supervisionar o uso de objetos cortantes.

Dessa forma, é possível reduzir riscos e proteger a visão das crianças em casa e na escola.

Diagnóstico precoce evita 80% dos casos de cegueira

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% dos casos de cegueira infantil podem ser evitados com diagnóstico precoce. Portanto, a divulgação da cartilha cumpre um papel essencial, levando informação clara e gratuita para pais, educadores e cuidadores.

Com isso, o CBO e a SBOP reforçam a importância de campanhas de orientação e do acompanhamento médico regular, mesmo na ausência de sintomas aparentes.

Fonte: Agência Brasil