Satélite GPS dos Estados Unidos orbitando a Terra com foco no Brasil, rede digital de geolocalização e bandeira brasileira visível no espaço
Imagem mostra satélite GPS dos EUA monitorando o Brasil, em meio a tensões diplomáticas e riscos de restrições tecnológicas

Conflito com os EUA coloca sistema vital em risco

A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos vive um momento delicado. Após a revogação dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal por ordem do governo Trump, surgiram novas ameaças. Dentre elas, destaca-se a possibilidade de Brasil perder o GPS — tecnologia crucial para diversos setores da sociedade brasileira.

Por isso, cresce o alerta sobre a dependência nacional de sistemas externos, especialmente em tempos de instabilidade geopolítica.

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Entenda o que é o GPS e como ele funciona

O Global Positioning System (GPS) foi desenvolvido pelos EUA com fins militares, mas logo se popularizou no mundo civil. Composto por 24 satélites, o sistema fornece localização exata em qualquer ponto da Terra. Ele é utilizado em celulares, aviões, navios, veículos, drones e sistemas financeiros, além de ajudar a sincronizar redes elétricas e servidores bancários.

Além disso, os sinais transmitidos via rádio por esses satélites permitem que qualquer receptor calcule sua posição com extrema precisão. A tecnologia tornou-se tão comum que passou a ser invisível, embora essencial.

Bloquear o GPS apenas no Brasil é viável?

Apesar das ameaças, especialistas afirmam que é improvável isolar o GPS apenas no território brasileiro. Isso acontece porque os sinais são emitidos de forma contínua e global. No entanto, existem técnicas que permitem interferências locais, como o jamming, que bloqueia os sinais, e o spoofing, que insere dados falsos no sistema de navegação.

Ambas as táticas, no entanto, exigem a atuação dentro do país, o que representa riscos à soberania e à segurança interna.

O que mostram os exemplos internacionais?

Durante a guerra contra a Ucrânia, a Rússia aplicou bloqueios ao GPS em regiões estratégicas. Em 2024, voos civis chegaram a sofrer interferência em áreas próximas ao território russo. Isso ocorreu devido ao uso de equipamentos como Zhitel e Pole-21, que neutralizam sinais de satélite. Portanto, o impacto desse tipo de ação vai muito além do campo de batalha.

Esses exemplos demonstram que a guerra eletrônica já é uma realidade — e que seus efeitos podem atingir também a sociedade civil.

Consequências práticas para o Brasil

Se o Brasil perder o acesso ao GPS, os danos serão imediatos. A aviação, por exemplo, depende da navegação por satélite para decolagens e pousos. O transporte marítimo também seria prejudicado, assim como a logística de cargas por caminhões e trens. Além disso, o setor financeiro usa o tempo exato do GPS para validar operações bancárias e transações digitais.

Ou seja, a interrupção afetaria a economia, a mobilidade urbana, os serviços públicos e até a agricultura de precisão, que se tornou comum no campo. A possibilidade de Brasil pode perder o uso do GPS destaca a importância de sistemas alternativos.

Brasil precisa diversificar seus sistemas de navegação

Atualmente, existem alternativas ao GPS, como o GLONASS (Rússia), o BeiDou (China) e o Galileo (União Europeia). Há também redes regionais, como o indiano NavIC e o japonês QZSS. Contudo, o Brasil ainda não firmou acordos operacionais com essas redes. Por isso, o país segue altamente dependente do sistema americano.

Diante desse cenário, torna-se fundamental investir em parcerias estratégicas, ampliar a infraestrutura tecnológica e reduzir a vulnerabilidade diante de crises externas.

Fonte: Metrópoles