Ração contaminada mata 245 equinos em quatro estados - TVDOPOVO.COM
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segunda-feira , 14 julho, 2025
Cavalos correndo em pasto ilustram caso de ração contaminada que mata equinos
Cavalos correndo em campo aberto com o título “Ração contaminada mata equinos”, destacando a crise no setor.

Uma contaminação grave em lotes de ração para cavalos matou 245 animais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas desde o final de maio, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É um triste exemplo de como a ração contaminada pode matar equinos.

A investigação aponta que o problema começou por uma falha no controle da matéria-prima utilizada pela empresa fabricante. Técnicos analisaram amostras recolhidas nas fazendas afetadas e confirmaram a presença de monocrotalina, uma toxina extremamente perigosa produzida por plantas do gênero Crotalaria. Essa substância é proibida em alimentos para animais justamente porque pode causar danos neurológicos e hepáticos graves, e assim, rações contaminadas podem levar à morte dos equinos.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, o Brasil nunca tinha registrado um caso como esse em rações para cavalos. Para piorar, mesmo pequenas quantidades da toxina são letais.

Cavalos em pasto, tema da ração contaminada que matou 245 equinos
Cavalos se alimentam em área de pasto: contaminação na ração matou mais de 240 animais em diferentes estados.

Governo adota medidas e empresa se defende

Para conter o risco, o Mapa suspendeu no dia 4 de julho toda a fabricação e venda das rações da empresa, inicialmente para cavalos, mas depois ampliou a restrição para outros animais. Além disso, o ministério abriu um processo administrativo para investigar a responsabilidade e obrigou o recolhimento de todos os lotes suspeitos. Afinal, ração contaminada pode significar a morte para equinos.

Mesmo assim, uma decisão judicial permitiu que a empresa voltasse a produzir alimentos para outras espécies. Diante disso, o governo recorreu para reverter a liberação parcial.

A fabricante garante que separa as linhas de produção de rações para cavalos e bovinos. Alega também que não encontrou sinais de contaminação em produtos destinados a bovinos. Além disso, a empresa afirma ter colaborado desde o início, enviando amostras de matérias-primas, produtos finais e caminhões para testes detalhados. Para os representantes da fábrica, o erro aconteceu no controle de qualidade de insumos.

Impacto no campo é devastador

O resultado dessa falha foi devastador. Além dos 245 cavalos mortos, muitos outros adoeceram com problemas no fígado e no sistema nervoso. Criadores acumulam prejuízos financeiros e sofrem com a perda dos animais, que, em muitos casos, tinham alto valor genético e emocional. A dura realidade de que rações contaminadas matam equinos não pode ser ignorada.

Mesmo que os laudos técnicos expliquem o problema, nada vai devolver os cavalos perdidos. A tragédia expôs falhas no controle de qualidade e deixou criadores sem saber como serão indenizados.

Fiscalização precisa mudar

O caso reacende o alerta para pontos frágeis na cadeia de produção de rações no Brasil. Especialistas defendem regras mais rigorosas para monitorar fábricas, verificar a origem das matérias-primas e punir falhas graves. Além disso, os criadores cobram apoio para enfrentar os prejuízos.

O que vem a seguir

As equipes do Mapa seguem monitorando novas amostras e reforçam inspeções em fábricas de ração em todo o país. Enquanto isso, o processo judicial discute se a empresa pode continuar funcionando parcialmente, pois o risco de novas mortes de equinos por contaminação é grande.

Nos próximos dias, o governo deve publicar novas orientações para produtores, reforçando práticas de prevenção e segurança alimentar. A meta é evitar que um episódio tão trágico se repita.

Este caso mostra que um detalhe na cadeia produtiva pode gerar perdas enormes, abalar criadores e comprometer a confiança em um setor essencial para o agronegócio brasileiro.

Fonte: Agência Brasil