Homem com barba densa ao centro, com os dizeres “Bactéria na barba: mito ou verdade?” ao fundo; imagem conceitual sobre higiene facial
Imagem ilustrativa sobre microrganismos em barbas humanas e cuidados com a higiene pessoal

Estudos mostram que barbas podem conter microrganismos, mas não são mais sujas que privadas. Veja o que a ciência realmente diz e como cuidar da higiene facial.

Estudos revelam o que vive nos pelos faciais

A ideia de que barbas masculinas estão cheias de bactérias causa espanto e curiosidade. Vira e mexe, manchetes sensacionalistas afirmam que os pelos faciais teriam mais micróbios do que um vaso sanitário. Mas o que dizem os estudos científicos? E será que essa comparação faz sentido?

A resposta envolve mais nuances do que aparenta: barbas realmente acumulam bactérias — assim como outras partes do corpo —, mas isso não significa que sejam sujas ou perigosas. Pelo contrário, a ideia de barba cheia de bactérias não deve ser motivo de alarde, pois tudo depende dos hábitos. A ciência explica que a chave está nos hábitos de higiene, não na existência da barba em si.

O que os estudos realmente mostram

Pesquisadores do estado do Novo México, nos Estados Unidos, realizaram um estudo em 2015 para investigar quais tipos de bactérias poderiam ser encontradas em barbas humanas. O resultado? Foram identificadas bactérias comuns à pele, à cavidade oral e, em alguns casos, semelhantes às de ambientes como vasos sanitários.

No entanto, os próprios autores alertaram que as descobertas foram mal interpretadas. A presença de microrganismos não significa automaticamente sujeira ou risco à saúde. Muitos desses micróbios são naturais do corpo humano.

Para a microbiologista Sally Bloomfield, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, “a barba pode abrigar bactérias típicas da boca e da pele, especialmente se não for lavada regularmente. Mas isso não é diferente do que ocorre em outras partes do corpo”. Assim, a ideia de uma barba cheia de bactérias deve ser contextualizada.

A polêmica comparação com privadas

A associação entre barbas e vasos sanitários surgiu como uma analogia sensacionalista. Embora privadas realmente concentrem diversos tipos de bactérias, elas não mantêm contato constante com mãos, alimentos e superfícies — ao contrário da barba, que está próxima à boca e ao nariz.

Especialistas explicam que os ambientes são completamente distintos e que o risco depende de vários fatores, principalmente a higiene. O microbiologista Patrick Romano afirma: “Não faz sentido dizer que barbas são mais sujas que privadas. São ecossistemas diferentes. O problema não está na barba, mas no cuidado que se tem com ela”. Portanto, a questão de a barba estar cheia de bactérias não é tão alarmante quanto aparenta.

Como manter a barba limpa e saudável

Dermatologistas reforçam que o segredo está nos hábitos diários. Com cuidados simples, a barba deixa de ser um potencial acúmulo de bactérias e se torna apenas mais uma parte saudável do corpo. Adotar bons hábitos pode evitar que a barba fique cheia de bactérias.

Dicas básicas incluem:

  • Lavar a barba diariamente com sabonete adequado;

  • Evitar coçar ou tocar com as mãos sujas;

  • Aparar os pelos com frequência;

  • Secar bem após o banho;

  • Hidratar a pele sob a barba.

Seguindo essas práticas, não há motivo para se preocupar com excesso de microrganismos.

O que realmente importa: bons hábitos de higiene

A ciência confirma que barbas podem conter uma diversidade de bactérias, como qualquer outra parte do corpo. Mas isso não significa que sejam mais sujas que privadas. A diferença está nos cuidados: uma barba bem lavada e mantida é totalmente segura.

Portanto, não é preciso temer os pelos faciais — basta cuidar bem deles. O mito da barba suja como um vaso sanitário não se sustenta quando analisado com rigor científico. O foco deve estar em hábitos que mantenham a barba sem bactérias.

Fonte: BBC Brasil