Mauro Cid e Braga Netto lado a lado, em fotos de arquivo, durante sessões oficiais.
Mauro Cid (à esquerda) e o general Braga Netto (à direita), que participam de acareação determinada pelo STF para esclarecer contradições sobre plano golpista.

STF promove acareação entre Braga Netto e Mauro Cid para esclarecer divergências

O Supremo Tribunal Federal agendou uma acareação entre Braga Netto e Mauro Cid com o objetivo de esclarecer contradições em suas declarações marcada para terça-feira, 24 de junho de 2025, às 10h, na sede do STF, em Brasília. O ministro Alexandre de Moraes decidiu colocar os dois réus frente a frente, buscando confirmar quem está falando a verdade. A sessão representa um passo importante no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília
Sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, onde ocorre a acareação entre Braga Netto e Mauro Cid para esclarecer contradições sobre plano golpista.

A audiência acontecerá em ambiente reservado, com segurança reforçada. Participarão apenas os réus, seus advogados e agentes do STF. O acesso da imprensa não será permitido. Com isso, o ministro pretende garantir o sigilo do conteúdo discutido e evitar pressões externas.

Contradições entre os réus envolvem plano golpista e dinheiro

Mauro Cid afirmou que Braga Netto participou de reuniões sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”. Segundo o ex-ajudante de ordens, esse grupo planejou ações para interromper a posse do presidente eleito. Além disso, Cid declarou que recebeu dinheiro em espécie das mãos do general, supostamente para financiar atos contra a democracia.

Por outro lado, Braga Netto nega todas as acusações. Ele diz que nunca participou de conspirações e que jamais repassou dinheiro a Cid. Para o general, as declarações do ex-ajudante são mentirosas e sem provas. Esse embate de versões levou Moraes a decidir pelo confronto direto.

Defesa tenta adiar, mas Moraes mantém data

A defesa de Braga Netto tentou adiar a sessão, alegando falta de tempo para organizar deslocamento e segurança. No entanto, Moraes rejeitou o pedido. O ministro argumentou que o processo precisa avançar e que a acareação já havia sido anunciada com antecedência.

Alexandre de Moraes durante sessão no Supremo Tribunal Federal
Alexandre de Moraes, relator da ação penal sobre tentativa de golpe, lidera as diligências no STF e determina acareação entre Braga Netto e Mauro Cid.

Durante a audiência, o ministro fará perguntas específicas para cada réu. Embora eles tenham o direito de permanecer em silêncio, espera-se que ambos respondam. Afinal, o confronto pode influenciar diretamente o desfecho do caso.

Sessão deve acelerar fim do processo

A acareação entre Braga Netto e Mauro Cid é uma das últimas etapas da investigação. Depois disso, as partes deverão apresentar suas alegações finais. O prazo previsto é de até 15 dias. Em seguida, a Primeira Turma do STF poderá marcar o julgamento definitivo.

A expectativa é que a Corte julgue o caso até o fim de setembro. Dependendo do que for revelado na sessão, o STF poderá reforçar ou descartar elementos centrais da acusação. Com isso, a acareação ganha destaque como um dos momentos mais decisivos do processo.

Além de esclarecer pontos obscuros, o confronto entre os réus ajudará a definir o grau de envolvimento de cada um nos eventos que ameaçaram a ordem democrática. O resultado também pode servir como referência para julgamentos futuros de outros investigados.