Supremo inicia audiências dos réus por tentativa de golpe
Supremo inicia audiências dos réus por tentativa de golpe

STF inicia audiências com réus do núcleo da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta segunda-feira (9), a primeira rodada de interrogatórios dos réus do núcleo principal da trama golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. As oitivas são conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes e transmitidas ao vivo pela TV Justiça.

Mauro Cid abre a fase de interrogatórios

O primeiro a depor é o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Por estar na condição de réu e delator, seu interrogatório deve ser o mais longo e ocupar todo o primeiro dia de audiências. O militar está colaborando com as investigações e já prestou delações anteriormente.

Ordem dos interrogatórios no STF

Os demais réus prestarão depoimento por ordem alfabética. Confira a lista completa:

  • Mauro Cid – delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF

  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República

  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa

  • Walter Braga Netto – general da reserva e ex-ministro da Casa Civil

Braga Netto prestará depoimento por videoconferência

Único a depor remotamente, o general Braga Netto participará por videoconferência. Ele está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstruir investigações e tentar acessar ilegalmente informações da delação de Mauro Cid.

Participação da PGR e garantias constitucionais

Durante os interrogatórios, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, poderá fazer perguntas, assim como as defesas dos réus. Todos os acusados têm o direito constitucional de permanecer em silêncio para não produzirem provas contra si mesmos.

Julgamento deve ocorrer no segundo semestre

O interrogatório é uma das últimas etapas da ação penal. A expectativa é de que o julgamento dos acusados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, ocorra no segundo semestre de 2025. Caso condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.