Carla Zambelli condenada pelo STF pede licença e deixa o país
Carla Zambelli condenada pelo STF pede licença e deixa o país

Carla Zambelli deixa o Brasil após ser condenada pelo STF

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta terça-feira (3), que deixou o Brasil e está atualmente na Europa. Segundo ela, a viagem teve como objetivo inicial um tratamento médico, mas agora a parlamentar pretende solicitar licença do mandato na Câmara dos Deputados.

“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim a princípio buscar tratamento médico, como já fazia antes. Agora, pedirei o afastamento oficial do cargo”, declarou durante entrevista à Rádio Auri Verde Brasil.

STF condena Zambelli por invasão ao sistema do CNJ

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Primeira Turma impôs uma pena de 10 anos de prisão em regime fechado.

Além disso, o STF decidiu que a deputada deve perder o mandato, tornar-se inelegível e pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos. A perda do mandato depende de confirmação da Câmara após o trânsito em julgado.

Zambelli diz que pretende denunciar o STF na Europa

Durante a entrevista, a parlamentar criticou duramente o Supremo. De acordo com ela, a decisão de deixar o país não representa uma fuga, mas sim um ato de resistência.

“Não estou abandonando o Brasil. Também não desisti da minha luta. Ao contrário: é uma forma de continuar falando livremente e de voltar a ser quem eu era, sem as amarras dessa ditadura que vivemos”, disse.

Ela confirmou à CNN que está na Itália, onde possui cidadania. Por isso, segundo a própria deputada, não há possibilidade de deportação.

Parlamentar responde a outro processo no STF

Carla Zambelli também é investigada em outro inquérito no Supremo. O caso envolve porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Em 2022, ela perseguiu um homem armada nas ruas de um bairro nobre de São Paulo, conforme vídeos amplamente divulgados à época.

No entanto, o julgamento foi interrompido em março por um pedido de vista do ministro Nunes Marques. Como ele tem até 90 dias para devolver o processo, a conclusão deve ocorrer apenas no segundo semestre.