Rondônia reafirma seu protagonismo no combate à malária com a retomada da implantação da tafenoquina. O medicamento representa um avanço no tratamento da malária vivax, reduzindo o tempo de sete para apenas três dias. Além disso, apresenta maior eficácia e segurança. A iniciativa é conduzida pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO), com apoio do Ministério da Saúde (MS), do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cepem) e das secretarias municipais de saúde.
Após capacitações realizadas em 2024 nos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim, Candeias do Jamari e Nova Mamoré, o estado avança para a segunda fase da implantação. Em maio de 2025, entre os dias 19 e 22, ocorrem reuniões técnicas e oficinas em Itapuã do Oeste, Machadinho d’Oeste, Ariquemes e Alto Paraíso. As atividades envolvem equipes municipais de saúde.
Pedro Magalhães, gerente da Gerência Técnica de Vigilância em Saúde Ambiental (GTVAM), explicou que a programação inclui orientações clínicas sobre o uso da tafenoquina. Também contempla a aplicação do teste rápido da enzima G6PD, essencial para garantir a segurança do paciente antes do tratamento. O Ministério da Saúde fornece o medicamento e os biossensores, enquanto a Agevisa/RO realiza a distribuição aos municípios.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, destacou o compromisso do estado com a inovação e a saúde pública. “Rondônia tem dado exemplo de compromisso com a população. A adoção da tafenoquina é um avanço importante no tratamento da malária e representa um ganho direto para a qualidade de vida dos rondonienses.”
A tafenoquina é indicada para tratar novos casos de malária vivax. Sua administração depende da realização do teste de G6PD, que detecta a deficiência da enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase. Essa condição, presente em parte da população, pode causar reações adversas ao medicamento. O teste é simples e rápido, com resultado em cerca de 15 minutos.
Segundo Gilvander Gregório de Lima, diretor-geral da Agevisa/RO, “a tafenoquina oferece um tratamento eficaz com dose única associada à cloroquina, favorecendo a adesão do paciente. O mais importante é a segurança: o teste de G6PD é indispensável.”
Valdir França, coordenador estadual da Malária da Agevisa/RO, ressaltou o trabalho conjunto que tornou possível a retomada da implantação. “Desde julho de 2024 iniciamos em Porto Velho. Em dezembro, ampliamos para Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Candeias e para o DSEI da Casai de Guajará-Mirim. Esse processo resulta de um estudo clínico iniciado em 2018, conduzido por três anos em Porto Velho e Manaus. Hoje colhemos os resultados nas regiões endêmicas.”
Durante a oficina em Itapuã do Oeste, a médica Mariana Vasconcelos, do Cepem, iniciou a capacitação com um panorama histórico sobre o uso da tafenoquina pelo exército americano. Ela reforçou a importância do teste de G6PD. “Essa enzima está presente no organismo. Antes de usar o medicamento, é essencial avaliar sua presença. Isso garante a segurança do paciente e viabiliza uma cura efetiva da malária vivax.”
A retomada da implantação da tafenoquina consolida Rondônia como referência nacional no combate à malária. O estado avança com foco em inovação, eficácia e segurança para a população.