Em abril de 2025, as exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos atingiram aproximadamente 48 mil toneladas, um aumento de 498% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, classificou o crescimento como uma “grande surpresa” para o setor.
O aumento nas exportações ocorreu mesmo após a imposição de uma nova tarifa de 10% sobre as importações de carne bovina brasileira pelos EUA, elevando a taxa total para 36,4% para volumes fora da cota anual de 65 mil toneladas. Essa cota, geralmente preenchida até meados de janeiro, permite a entrada de carne brasileira com tarifa zero.
Dois fatores principais contribuíram para o aumento das exportações:
Redução do Rebanho Bovino nos EUA: O rebanho bovino americano atingiu seu menor nível em 80 anos, totalizando 86,7 milhões de cabeças em janeiro de 2025.
Alta Demanda por Carne: A cultura alimentar dos EUA, com consumo frequente de hambúrgueres, manteve a demanda por carne bovina elevada, mesmo diante de preços mais altos.
Mesmo com as tarifas adicionais, a carne brasileira continua competitiva no mercado americano. Enquanto o preço médio da arroba do boi gordo no Brasil está entre US$ 54 e US$ 55, nos EUA o valor varia de US$ 115 a US$ 120, tornando a carne brasileira uma opção mais acessível para os consumidores americanos.
Especialistas acreditam que as exportações brasileiras de carne bovina para os EUA continuarão em alta nos próximos meses, sustentadas pela combinação de oferta reduzida nos EUA e preços competitivos do produto brasileiro. Além disso, a Abiec prevê que o Brasil possa se tornar o maior produtor mundial de carne bovina até 2026, superando os Estados Unidos.