O debate sobre o fim da escala 6×1 tem ganhado força no plenário. Agora, também conta com o apoio do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Para muitos trabalhadores, essa jornada — que exige seis dias de trabalho para apenas um de descanso — é considerada exaustiva devido ao pouco tempo de folga.
Durante uma audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, Marinho afirmou que o Brasil está pronto para reduzir a carga de trabalho e adotar um novo modelo de escala. Ele propôs substituir o atual formato 6×1 pelo sistema 5×2, ou seja, cinco dias trabalhados e dois de folga.
“Acredito que é possível reduzir a jornada máxima. O 6×1 é cruel. Transitar do 6×1 para o 5×2 seria um grande avanço, especialmente para os trabalhadores do comércio, que enfrentam essa realidade diariamente”, destacou o ministro.
Além disso, Marinho ressaltou que algumas atividades econômicas exigem funcionamento ininterrupto. No entanto, ele enfatizou que é possível encontrar soluções para esses casos sem impor o 6×1 aos trabalhadores.
“Existem setores que precisam operar todos os dias do ano, 24 horas por dia. Nesses casos, a negociação coletiva desempenha um papel fundamental”, explicou o ministro.
A proposta de emenda à Constituição (PEC), liderada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), busca oficializar o fim da escala 6×1. O texto já recebeu o apoio de 234 deputados, superando as 171 assinaturas necessárias para iniciar sua tramitação.
Atualmente, a PEC aguarda despacho para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em seguida, será criada uma comissão especial para analisar o mérito da proposta. O ministro Luiz Marinho destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também apoia a causa, reforçando o compromisso do governo com a modernização das relações de trabalho.