Novo Código Eleitoral pode ter mudanças após audiências públicas na CCJ
As três audiências públicas sobre o projeto do novo Código Eleitoral (PLP 112/2021) chegaram ao fim. O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Marcelo Castro (MDB-PI), já anunciou que aceitará algumas sugestões recebidas durante os debates. Além disso, ele planeja colocar o texto em votação no início de maio.
A proposta precisa retornar à Câmara dos Deputados e ser sancionada até 3 de outubro de 2025. Assim, ela poderá valer já nas eleições de 2026.
Atualmente, o projeto unifica legislações eleitorais e partidárias. Por isso, reúne sete leis e jurisprudências em uma única norma com aproximadamente 900 artigos, organizados em 23 livros. Até agora, os senadores apresentaram 217 emendas.
“Vamos aproveitar o que for possível. Essa é uma matéria complexa, mas aberta a aperfeiçoamentos”, declarou Marcelo Castro.
Participação feminina: proposta prevê reserva de cadeiras
A participação feminina dominou as discussões. Castro propôs reservar 20% das cadeiras nas Casas Legislativas para mulheres. Contudo, ele isentou de punição, pelos próximos 20 anos, os partidos que não alcançarem o mínimo de 30% de candidaturas femininas.
Segundo o senador, essa mudança reduzirá a judicialização e permitirá que os partidos concentrem recursos em candidatas com reais chances de vitória.
“Nenhuma Câmara poderá ter menos de 20% de mulheres. Isso representa um avanço extraordinário”, afirmou.
Desincompatibilização exigirá afastamento antecipado
A proposta também traz novas regras para a desincompatibilização. Juízes, promotores, policiais e militares que desejarem disputar cargos políticos precisarão se afastar quatro anos antes da eleição.
Segundo o relator, a medida busca evitar que essas funções sirvam para promoção pessoal e vantagem eleitoral.
Auditoria nas urnas eletrônicas terá fiscalização ampliada
O novo Código estabelece regras mais rígidas para a auditoria das urnas eletrônicas. Dessa forma, diversas instituições poderão fiscalizar os códigos-fonte, softwares e sistemas utilizados na votação, apuração e totalização dos votos.
Partidos políticos e federações passarão por mudanças
Entre as principais alterações, destacam-se:
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O aumento no número mínimo de assinaturas para criar partidos, de 0,5% para 1,5% dos votos válidos;
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Sanções para partidos que deixarem federações antes de quatro anos;
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Prazos mais claros e ampliação da autonomia partidária.
Além disso, partidos poderão se desligar de federações dentro de um período definido antes das eleições gerais.