A Anvisa aprovou o registro da vacina IXCHIQ, a primeira vacina para Chikungunya autorizada no Brasil. O imunizante, desenvolvido pela farmacêutica austríaca Valneva em parceria com o Instituto Butantan, será indicado para pessoas com 18 anos ou mais que tenham risco elevado de exposição ao vírus. A aplicação será feita em dose única.
Por outro lado, a vacina não deve ser administrada em grávidas, imunodeficientes ou imunossuprimidos, conforme recomendação oficial da agência reguladora.
Estudos clínicos comprovam eficácia da vacina
Pesquisadores conduziram ensaios clínicos nos Estados Unidos e no Brasil e comprovaram que a vacina para Chikungunya induz uma resposta imune robusta. Os estudos mostraram que apenas uma dose é suficiente para gerar anticorpos neutralizantes contra o vírus.
Além disso, a Anvisa e o Instituto Butantan firmaram um Termo de Compromisso. Esse acordo garante a realização de estudos adicionais sobre a efetividade, segurança e ações de farmacovigilância ativa, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o imunizante.
Vacina já conta com aprovação internacional
A vacina para Chikungunya IXCHIQ já recebeu aprovação da FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Com isso, o Brasil se junta ao grupo de países que autorizam o uso do imunizante.
Dessa forma, a Anvisa participou da análise no âmbito do projeto OPEN, que permite a cooperação técnica entre agências reguladoras. Esse modelo agiliza a avaliação de produtos de interesse em saúde pública, sem comprometer a autonomia das decisões.
Chikungunya se espalha por todos os estados brasileiros
A Chikungunya é uma doença viral transmitida por mosquitos fêmeas do Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. O vírus chegou ao continente americano em 2013, causando surtos em vários países. No Brasil, as primeiras confirmações ocorreram em 2014, nos estados do Amapá e da Bahia.
Desde então, a circulação do vírus se expandiu e, atualmente, todos os estados brasileiros apresentam registros da doença.
Fabricação e futuro da vacina no Brasil
Inicialmente, a produção da vacina ocorrerá na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH. No entanto, o Instituto Butantan pretende iniciar a produção nacional do imunizante nos próximos anos. Esse passo deve facilitar o acesso da população à vacina para Chikungunya, além de reduzir custos logísticos.
Anvisa detalha processo de avaliação
Durante o processo de registro, os especialistas da Anvisa analisaram um dossiê completo, que incluiu:
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Informações sobre produção e controle de qualidade;
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Dados dos ensaios clínicos conduzidos com adultos e adolescentes;
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Participação ativa no grupo técnico da Cateme, formado por especialistas em arboviroses e desenvolvimento de vacinas.
Com base nessas análises, a agência concluiu que a vacina apresenta perfil de segurança adequado e eficácia compatível com a finalidade preventiva. Por isso, aprovou o uso do imunizante para o público adulto.