O mercado de trabalho brasileiro apresentou um avanço significativo nas contratações de aprendizes nos primeiros meses de 2025. Segundo dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram firmados 34.821 novos contratos de aprendizagem entre janeiro e fevereiro — um crescimento de 20,45% em relação ao mesmo período de 2024, que registrou 28.910 vínculos.

Somente em fevereiro de 2025, o saldo de contratações chegou a 22.333 aprendizes, número 19,03% superior ao de fevereiro do ano anterior (18.762).

Setor industrial lidera contratações de aprendizes

A indústria se destacou como o setor que mais contratou aprendizes no início de 2025, com 29.914 novos vínculos. Em seguida, aparecem:

  • Construção civil: 3.316 contratações

  • Serviços: 1.249

  • Agropecuária: 751

  • Comércio: saldo negativo de 409, com mais desligamentos do que admissões

Ainda em fevereiro, o país registrou 76.694 admissões e 54.361 desligamentos de aprendizes. A indústria novamente puxou a fila, com saldo positivo de 11.107, seguida por:

  • Serviços: 4.941

  • Comércio: 4.122

  • Construção civil: 2.123

  • Agropecuária: 40

Perfil dos aprendizes: maioria jovem, mulher e estudante do ensino médio

O perfil dos jovens contratados revela uma maioria com até 17 anos de idade, representando 57,24% dos vínculos firmados em fevereiro. As mulheres foram maioria nas contratações, com 52,34% dos contratos. Além disso, 45,44% dos aprendizes estão cursando o ensino médio, o que mostra a forte ligação entre educação e mercado de trabalho nessa modalidade.

Lei da Aprendizagem impulsiona inclusão profissional de jovens

A Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/00) determina que empresas de médio e grande porte contratem aprendizes em número equivalente a 5% a 15% do seu quadro de funcionários. Podem participar do programa jovens entre 14 e 24 anos, que estejam matriculados na escola.

Os contratos de aprendizagem têm duração de até dois anos e garantem todos os direitos trabalhistas, como carteira assinada, salário, 13º, férias e vale-transporte. A formação inclui uma parte teórica, ministrada por entidades qualificadoras, e uma parte prática, desenvolvida dentro da empresa contratante.

De acordo com o secretário de Qualificação, Trabalho e Renda do MTE, Magno Lavigne, os números reforçam o papel social do programa.

“A aprendizagem tem um papel essencial na inclusão social e na formação profissional, ajudando esses jovens a construírem um futuro melhor”, afirmou.

Número de aprendizes ativos cresce mais de 33% em cinco anos

Em fevereiro de 2025, o Brasil contabilizou 633.720 contratos de aprendizagem ativos, um aumento de 33,52% em comparação com fevereiro de 2020, quando havia 474.630 aprendizes em atividade.