Como funciona a nova faixa do Minha Casa, Minha Vida para classe média
Como funciona a nova faixa do Minha Casa, Minha Vida para classe média

O programa Minha Casa, Minha Vida vai ganhar uma nova faixa de financiamento, voltada à classe média, com imóveis de até R$ 500 mil. A medida, anunciada pelo governo Lula, tem como objetivo aumentar o acesso à moradia financiada para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil por mês.

A nova Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida terá juros em torno de 10% ao ano, mais baixos que os praticados pelo mercado, embora superiores aos das faixas anteriores, que atendem famílias de baixa renda. Atualmente, o teto de financiamento do programa está limitado a R$ 350 mil.

Como será a nova Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida

Com a criação da nova faixa, o programa passa a alcançar famílias de renda intermediária, que tradicionalmente enfrentam mais dificuldades para financiar a casa própria devido à falta de linhas de crédito acessíveis.

Principais pontos da nova faixa:

  • Renda familiar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil

  • Financiamento de imóveis de até R$ 500 mil

  • Taxa de juros aproximada de 10% ao ano

  • Recursos do Fundo Social do Pré-Sal (R$ 15 bilhões) e da Caixa Econômica Federal (R$ 5 bilhões)

Entenda como funciona o programa Minha Casa, Minha Vida

Atualmente, o programa é dividido em três faixas, que variam de acordo com a renda familiar e o subsídio oferecido. Veja como está estruturado:

Faixas do Minha Casa, Minha Vida (área urbana):

  • Faixa 1: renda até R$ 2.850 — juros de 4% a 5% ao ano, com subsídio de até 95%

  • Faixa 2: renda entre R$ 2.850,01 e R$ 4.700 — juros de 4,75% a 7% ao ano, subsídio de até R$ 55 mil

  • Faixa 3: renda entre R$ 4.700,01 e R$ 8.000 — juros de até 8,16% ao ano

  • Faixa 4 (nova): renda entre R$ 8.000,01 e R$ 12.000 — juros em torno de 10% ao ano

Impacto no mercado imobiliário e na classe média

A expansão do Minha Casa, Minha Vida é vista como uma tentativa do governo de atender a um público que enfrenta limitações de crédito e de reconquistar apoio popular, especialmente entre os eleitores da classe média. A medida deve ser oficialmente anunciada em abril, após a viagem do presidente ao Japão e ao Vietnã.

Além disso, há previsão de criação de uma linha de crédito para reforma de imóveis, como mencionou o presidente Lula em um evento em Sorocaba (SP). Segundo ele, o objetivo é ajudar famílias a ampliarem suas casas com obras como “um puxadinho, um banheiro ou um quartinho para a filha”.

Desafios e recursos financeiros do programa

O principal desafio para ampliar o financiamento habitacional é a escassez de recursos da poupança, uma das principais fontes do setor. No ano passado, a Caixa Econômica Federal, maior agente financiador do Brasil, precisou endurecer as regras de crédito por conta do risco de esgotamento de recursos.

Para 2025, a Caixa deve manter em torno de R$ 60 bilhões o orçamento do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com um cronograma mensal para liberar os valores.

Em complemento, o governo já solicitou ao Congresso o remanejamento de R$ 15 bilhões do Fundo Social para viabilizar as operações da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida.

Mais crédito para famílias e uso do FGTS

Outra iniciativa paralela é o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados a empregados da iniciativa privada. A modalidade entrou em vigor no dia 21 e, até as 18h do mesmo dia, já somava 1,58 milhão de pedidos de empréstimo consignado.