Ministério da Saúde acompanha estudos sobre vacina contra a dengue

Vacina foi incorporada no SUS em dezembro de 2023, tornando o Brasil o primeiro País do mundo a oferecer a imunização no sistema público de saúde

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O Ministério da Saúde acompanha com atenção e interesse os estudos relacionados à vacina contra a dengue no Brasil e no exterior, que ajudarão a compreender os avanços do imunizante no futuro. A vacina foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, tornando o Brasil o primeiro País do mundo a oferecê-la no sistema público universal. Por conta da capacidade limitada de produção do fabricante, no entanto, a vacinação não será feita em larga escala em um primeiro momento.

Uma das pesquisas em andamento, e monitorada pela pasta, acontece no município de Dourados (MS) e é liderada pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em parceria com o fabricante da vacina. O estudo, coordenado pelo professor e pesquisador Júlio Croda – um dos especialistas colaboradores da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) -, tem como expectativa vacinar 150 mil moradores entre 4 e 59 anos da cidade sul-matogrossense até agosto deste ano. Os resultados sobre a efetividade da iniciativa serão conhecidos ao longo dos próximos meses.

A vacina Qdenga é aprovada para a prevenção da dengue em indivíduos na União Europeia (UE)/Espaço Econômico Europeu (EEE) — incluindo todos os Estados-Membros da UE e Irlanda do Norte, bem como países do EEA (Islândia, Liechtenstein, Noruega) e Grã-Bretanha. Nestes países, a orientação é vacinar os viajantes para áreas endêmicas. Indonésia e Tailândia também aprovaram o registro da vacina assim como a Argentina, que ainda não incorporou o imunizante ao sistema de saúde local.

No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) contará com a ajuda dos especialistas da CTAI para definir as estratégias dos públicos e locais prioritários, já que o esquema vacinal exige duas doses com um intervalo de três meses.

A vacina é mais uma estratégia entre as várias frentes que o Ministério da Saúde está adotando para mitigar os efeitos da chegada do verão sobre os casos de dengue no País. Ante à projeção de aumento da doença, a pasta vai investir R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses.

A Sala Nacional de Arboviroses (SNA), espaço permanente que vai permitir o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e Zika para preparar o Brasil em caso de uma eventual alta nos próximos meses, também foi inaugurada.

Cenário epidemiológico

A infecção por dengue gera uma doença que pode ser assintomática ou apresentar formas mais graves, evoluindo ocasionalmente ao óbito. A forma viral clássica envolve sinais e sintomas como fraqueza muscular, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.

Segundo dados do Ministério da Saúde, ao longo de todo o ano de 2023 foram notificados 1.658.816 casos da doença e 1.094 óbitos em decorrência da dengue. “O ano de 2023 foi realmente diferente. Tivemos essas mudanças ocasionadas pelo fenômeno do El Niño. E, depois de muito tempo, encontramos os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, uma situação bem incomum”, informa a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, quanto à alta na quantidade de registros da doença.