Fóssil humano de quase 12 mil anos é descoberto em Goiás

Fóssil de quase 12 mil anos é encontrado em Serranópolis, Goiás, revelando um dos possíveis primeiros habitantes da região

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Um fóssil com quase 12 mil anos, possivelmente pertencente a um dos primeiros habitantes do cerrado goiano, foi encontrado por pesquisadores em um sítio arqueológico localizado em Serranópolis, sudoeste de Goiás.

De acordo com Julio Cezar Rubin de Rubin, um dos coordenadores da pesquisa, foi encontrado carvão junto ao esqueleto, que estava enterrado a uma profundidade de dois metros, próximo a outros objetos históricos, incluindo dez crânios com mais de um século de idade.

Para quem tem pressa:

  • Fóssil de quase 12 mil anos é encontrado em Serranópolis, Goiás.
  • Restos mortais estavam enterrados a dois metros de profundidade junto a outros objetos históricos.
  • Escavação contou com a participação de mais de 20 profissionais e apoio da Polícia Federal.
  • Estima-se que o fóssil tenha entre 11.900 e 11.700 anos.
  • Descoberta pode ser a mais antiga na região do centro oeste do Brasil.
  • Foco da escavação é obter informações sobre estilo de vida, alimentação e clima da época.
  • Possibilidade de encontrar mais artefatos e esqueletos na escavação em andamento.

Os primeiros indícios do esqueleto foram encontrados em outubro de 2022, porém, os restos mortais só puderam ser escavados cinco meses depois, em março deste ano. A escavação, que começou em dezembro de 2021, contou com a participação de mais de 20 profissionais de oito instituições nacionais e internacionais, além do apoio da Polícia Federal (PF).

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O professor explicou que já haviam sido encontrados vestígios de carvão e um artefato lítico próximo aos pés do indivíduo. Com base em estudos, estima-se que o fóssil tenha uma idade entre 11.900 e 11.700 anos antes do presente, mas a data exata ainda será definida por meio de pesquisas adicionais.

Caso a idade do fóssil seja confirmada, os restos mortais humanos poderão se tornar os mais antigos já descobertos na região do centro oeste do Brasil, entrando na mesma faixa temporal de outros objetos encontrados entre as décadas de 1970 e 1990. No entanto, o pesquisador ressalta que a data não é o elemento mais importante dessa descoberta.

O foco principal da escavação é a quantidade e a qualidade das informações que o esqueleto pode fornecer à comunidade acadêmica. Entre essas informações, estão aspectos sobre o estilo de vida das pessoas na época em que o fóssil foi datado, incluindo informações sobre alimentação, causa da morte do indivíduo e até mesmo dados climáticos da região.

A escavação ainda possui cerca de um metro a ser explorado. Segundo Júlio, um sítio arqueológico é sempre uma incógnita, podendo haver mais descobertas ou, por outro lado, não ser encontrado mais nada. Existe a possibilidade de se encontrar cultura material, restos alimentares, estruturas de fogueiras e até mesmo outros esqueletos.

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Pesquisadores de Serranópolis utilizam alta tecnologia em escavação arqueológica

A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental nas escavações arqueológicas realizadas em Serranópolis, de acordo com o professor Julio Cezar Rubin de Rubin. Ele relata que os pesquisadores estão empregando ferramentas de alta tecnologia que nunca antes haviam sido disponibilizadas na região.

Atuante na área da arqueologia desde 1989, o professor afirma que nunca havia encontrado um esqueleto tão antigo como o descoberto recentemente. Além disso, ele destaca que a região de Serranópolis é extremamente rica em história e tem proporcionado descobertas surpreendentes ao longo das escavações. Desde a década de 1970, a cidade tem sido palco de pesquisas de campo.

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Julio ressalta a importância da tecnologia no processo de escavação, permitindo aos pesquisadores explorarem a fundo os vestígios históricos. A utilização de ferramentas avançadas tem permitido uma análise mais detalhada e precisa dos achados arqueológicos, ampliando o conhecimento sobre o passado da região.

A quantidade de informações que essas descobertas trazem é algo fantástico. Cada uma delas pode ser estudada durante uma década. É um verdadeiro arsenal de informações, além do aspecto simbólico. Para um pesquisador, encontrar um objeto de estudo, seja uma pequena lasca ou um esqueleto, é algo fantástico.