Após o abalo sentido com o início do conflito, na semana passada, a crise se intensificou depois que nações ocidentais anunciaram um conjunto de sanções duras no fim de semana, incluindo restrições às reservas monetárias russas.
- Desvalorização do rublo: a moeda, que já vinha em queda na semana passada, recuou para uma mínima recorde em relação ao dólar e uma queda acentuada de 30% em relação ao fechamento de sexta-feira.
- Disparada dos juros: para tentar estabilizar a moeda, o banco central da Rússia elevou sua taxa de juros de 9,5% para 20% em uma medida de emergência, e as autoridades disseram às empresas focadas na exportação para estarem prontas para vender moeda estrangeira.
- Mercados fechados: em razão da turbulência dos mercados, o banco central da Rússia decidiu manter fechado nesta segunda-feira o mercado de ações no país.
Nas maiores cidades russas, longas filas têm se formado na porta dos bancos, onde a população busca sacar recursos diante da crise financeira que se forma. As retiradas significativas fragilizam o sistema bancário, que pode ficar sem fluxo de caixa – e correr o risco de quebrar.
Segundo o Banco Central Europeu (BCE) a quebra já pode ser uma realidade para a filial europeia do banco russo Sberbank, um dos maiores do país. O Sberbank Europe AG, com sede na Áustria, e suas filiais na Croácia e na Eslovênia, “tiveram saídas de depósitos significativas como resultado do impacto das tensões geopolíticas”, explicou o BCE, segundo a France Presse.
A entidade alertou que “no futuro próximo, é provável que o banco não possa pagar sua dívidas ou outros passivos à medida que vencerem”. O Sberbank Europe AG pertence 100% à central russa do banco. Também possui filiais em Bósnia-Herzegovina, República Checa, Hungria e Sérvia, que seriam afetadas pela quebra, mas estão sob a jurisdição do BCE.
Os dois maiores bancos russos, Sberbank e VTB Bank, têm sido desde quinta-feira alvo de sanções americanas, que buscam limitar suas transações internacionais devido à invasão russa da Ucrânia. As sanções dirigidas ao sistema bancário russo foram reforçadas no sábado com o anúncio de sua exclusão da plataforma de transações bancárias internacionais Swift.
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