O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal que aponta que houve crime no vazamento de dados sigilosos sobre inquérito que apura ataques hackers ao STF.
Moraes aponta que a delegada da Polícia Federal, Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pelo inquérito policial, “enumerou as inúmeras diligências e depoimentos realizados e certificou a ausência do Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao depoimento marcado para o dia 28/1/2022″.
O texto prossegue, indicando que “a Delegada da Polícia Federal salientou, entretanto, que ‘essa ausência, por outro lado, não trouxe prejuízo ao esclarecimento dos fatos’”.
Em outro trecho, indica que o senador Randolfe Rodrigues solicitou “as medidas cabíveis para a competente persecução criminal no bojo dessa conduta típica, ilícita e culpável do Sr. Jair Bolsonaro”.
Por isso, Moraes pede que a PGR se manifeste tanto sobre o inquérito quanto sobre a ausência do presidente.
“Dessa maneira, abra-se vista dos autos ao Exmo. Procurador-Geral da República, para manifestação quanto ao relatório final da Polícia Federal (eDoc. 44, fls. 53-78) e quanto à petição apresentada pelo Senador Randolfe Rodrigues (eDoc. 38), no prazo de 15 (quinze) dias”.
Na abertura do despacho, Moraes lembrou que o inquérito tem por objetivo investigar o presidente, o deputado federal Felipe Barros e o delegado da Polícia Federal Victor Neves Feitosa Campos pela divulgação de dados do inquérito sigiloso da PF “por meio de perfis verificados nas redes sociais, com o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta contra o processo eleitoral brasileiro, com objetivo de tumultuá-lo, dificultá-lo, frustrá-lo ou impedi-lo, atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios, caráter duvidoso sobre a lisura do sistema de votação no Brasil”.