Variante ômicron do coronavírus é ‘muito transmissível’, mas mundo está mais bem-preparado com vacinas, diz cientista-chefe da OMS

Soumya Swaminathan ponderou, no entanto, que as pessoas "não devem entrar em pânico" e que situação é diferente de um ano atrás. Em Genebra, um porta-voz da OMS disse que não há registro de mortes ligadas à variante.

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A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse nesta sexta-feira (3) que a variante ômicron do coronavírus é “muito transmissível”.

Ela ponderou, no entanto, que as pessoas não devem “entrar em pânico” e que o mundo está mais bem-preparado com as vacinas desenvolvidas desde o início da pandemia.

“Até que ponto devemos ficar preocupados? Precisamos estar preparados e cautelosos, não entrar em pânico, porque estamos em uma situação diferente de um ano atrás”, disse a cientista.

Swaminathan conversou com jornalistas durante uma conferência organizada pela agência de notícias Reuters e disse que ainda é cedo para afirmar que as vacinas precisarão ser modificadas.

Em Genebra, um porta-voz da OMS disse, também nesta sexta, que não há registro de mortes ligadas à variante (leia mais adiante).

Sem mortes vinculadas à variante

Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, disse em entrevista coletiva que a organização não tem, até o momento, registrada nenhuma morte vinculada à variante ômicron.

“Não vi nenhuma informação sobre mortes vinculadas com ômicron”, afirmou Lindmeier na sede da agência de saúde das Nações Unidas.

Ele reconheceu, no entanto, que ainda é cedo para tirar conclusões e que muitos países aumentaram a realização de testes para detectar a presença dessa nova variante.

“Com certeza teremos mais casos, mais informações, e, tomara que não, possivelmente falecidos”, disse Lindmeier.

Representação mostra diferenças nas mutações entre a variante delta e ômicron do coronavírus — Foto: Cortesia Hospital Bambino Gesù de Roma

Vacinar para combater variante

A OMS pediu aos países que aumentem a capacidade de seus serviços de saúde e vacinem sua população para combater o aumento de casos provocados ​​pela variante ômicron.

A organização disse também que as restrições às viagens podem ganhar tempo, mas que por si só não são a resposta.

“A [variante] delta é responsável por 99% das infecções em todo o mundo”, disse Swaminathan. “Ela teria que ser mais transmissível para competir e se tornar dominante em todo o mundo. É possível, mas difícil de prever.”

A nova variante, considerada preocupante pela OMS, foi registrada pela primeira vez no sul da África, mas já foram anunciados casos em quase 30 países de todos os continentes.

Entre os casos há contágios vinculados a viagens para o continente africano, mas também casos de transmissão local.