Brasil registra 188 mortes pela covid-19 e 15,3 mil novos casos da doença

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O Brasil registrou 188 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, atingindo o total de 610.224 óbitos desde o início da pandemia, de acordo com o boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) desta quinta-feira (11/11).

A média diária de óbitos em sete dias tem caído em comparação a meses anteriores. Nesta quinta foram 222, segundo esse indicador, utilizado para suavizar as oscilações diárias e observar a tendência da curva de óbitos. Esse número está próximo dos níveis registrados em abril de 2020.

Nas últimas 24 horas, foram registrados 15.300 novos casos de covid-19 e 10.780 na média diária dos últimos sete dias.

Ao todo, o Brasil já registrou 21.924.598 casos de covid desde o início da pandemia.

De acordo com o painel da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos lideram em número de casos no mundo, com mais de 46,7 milhões infecções registradas. Lá, a redução no ritmo de vacinação, a partir de abril, somada à resistência de parte da população à vacina e ao avanço da variante Delta, criou focos de transmissão do coronavírus em partes do país.

Na sequência da lista com o maior número de casos oficialmente registrados aparece a Índia, com 34,3 milhões. O Brasil está em terceiro.

Estados Unidos, Índia e Brasil têm números muito superiores ao restante do mundo.

Em relação às mortes, o Brasil permanece na segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos, que ultrapassaram 758,2 mil óbitos.

Com o avanço da vacinação nas últimas semanas, o Brasil tem registrado queda considerável de novos casos e mortes pela covid-19 em todo o país.

O copo meio cheio

Após um primeiro semestre com um ritmo muito aquém de nossas capacidades, a campanha brasileira de vacinação contra a covid-19 finalmente deslanchou em julho — e agosto foi um mês com intenso avanço nessa seara, o que se manteve, de modo geral, em setembro e outubro.

De acordo com o painel do Ministério da Saúde, 156,3 milhões de brasileiros receberam a primeira dose.

E 124,6 milhões de pessoas tomaram a segunda dose (ou a vacina da Janssen, que exige apenas uma aplicação).

A campanha agora avança entre a população mais jovem e adolescentes. Nas últimas semanas também começaram a ser aplicadas doses de reforço para aqueles que tomaram a vacina no início do ano, como idosos e profissionais de saúde.

Um desafio que aparece no horizonte é sobre a inclusão de crianças na campanha. Ainda não há uma definição sobre o tema.

Homem a ponto de ser vacinado

O copo meio vazio

Embora as notícias tragam esperança, especialistas alertam: a pandemia não acabou. Em razão disso, recomendam cautela na flexibilização de medidas como o uso de máscara.

Ainda exige atenção também a presença das variantes mais agressivas, especialmente a Delta, detectada originalmente na Índia, que possui uma taxa de transmissibilidade bem superior às demais versões do coronavírus.

Representantes de vários Estados e municípios já admitem que ela circula livremente em seus territórios e parece estar em franco crescimento, deixando outras linhagens, como a Gama (a antiga P.1), para trás.

Se a Delta repetir por aqui o estrago que ela provocou em outros lugares, podemos esperar, infelizmente, um novo aumento no número de casos e mortes caso não sejam colocadas em prática algumas medidas básicas de contenção.

Foi isso que ocorreu em países que já tinham planos bem encaminhados de reabertura, como Reino Unido, Estados Unidos e Israel, e em outros que eram exemplos de sucesso na condução da pandemia até agora e viram a situação piorar nas últimas semanas, caso de Vietnã e Indonésia.

Por fim, não dá pra ignorar o fato de as estatísticas, ainda que estejam em queda, permanecerem muito altas: falamos de médias de milhares de novos casos diagnosticados e centenas de mortes todos os dias.

O que deve ser feito agora?

Analisando exame de coronavírus

Diante de um cenário recheado de incertezas sobre o futuro, os especialistas parecem não ter dúvidas sobre quais medidas seriam necessárias neste momento da pandemia no Brasil — algumas delas, inclusive, sequer foram implementadas ao longo dos últimos meses.

O momento pode representar, então, uma oportunidade de reduzir pra valer os números de casos e mortes e ver a situação melhorar de verdade.

Para começo de conversa, o país deveria ter um melhor controle de suas fronteiras, com testagem de passageiros e funcionários em aeroportos, portos e rodovias. Isso dificultaria, inclusive, a entrada de novas variantes de preocupação em nosso território.

O segundo passo seria lançar mão de um amplo programa de testagem, rastreamento de contatos e isolamento dos casos positivos. Políticas desse tipo explicam parte do sucesso que é observado em países como Austrália e Nova Zelândia. Afinal, ao detectar precocemente um paciente infectado e colocá-lo em quarentena, é possível quebrar as cadeias de transmissão do coronavírus na comunidade.

Ainda na seara das análises laboratoriais, o país também requer uma vigilância genômica mais ampla, capaz de fazer sequenciamento genético das amostras de pacientes infectados para saber quais são as variantes mais prevalentes em cada local.

Também precisávamos criar campanhas de comunicação para incentivar o uso de máscaras (especialmente modelos mais confiáveis, como a PFF2) e desencorajar as aglomerações.

Por fim, é vital manter, ou eventualmente até acelerar, o ritmo da campanha de imunização. Quanto mais brasileiros estiverem protegidos, melhor para todo mundo: a experiência de outros países aponta que as internações e as mortes por covid-19 caem de forma significativa quando uma porcentagem considerável da população recebeu as duas doses.

Esse conjunto de estratégias aponta para uma saída segura e efetiva da pandemia — e tem o potencial de evitar novas marcas tristes e negativas num futuro próximo.

Pandemia

O primeiro registro do coronavírus no Brasil foi em 26 de fevereiro do ano passado.

Um empresário de 61 anos de São Paulo (SP) foi infectado após retornar de uma viagem, entre 9 e 21 de fevereiro, à região italiana da Lombardia.

O novo coronavírus, que teve seus primeiros casos confirmados vindos da China no final de 2019, é tratado como pandemia pela OMS desde 11 de março de 2020.

Estudos apontam que a grande maioria dos casos do novo coronavírus apresenta sintomas leves e pode ser tratado nos postos de saúde ou em casa.

No entanto, novas variantes têm se mostrado mais contagiosas e, na percepção de médicos, têm afetado com mais gravidade também a população mais jovem, em vez de apenas idosos e pessoas com comorbidades.