Vacinas contra covid-19: ‘Distribuição desigual de imunizantes vai permitir contágios e mutações do coronavírus pelo mundo’

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Close up shot of doctor injecting coronavirus vaccine.

A corrida global por uma vacina contra a covid-19 foi provavelmente uma das mais decisivas e frenéticas de nosso tempo. Em menos de um ano, companhias farmacêuticas, governos, centros de pesquisa e empresas afins de todo o mundo se uniram e materializaram imunizantes capazes de conter as infecções e mortes e tirar o mundo do isolamento.

Mas agora que as autoridades sanitárias de muitos países estão se esforçando para administrar o maior número possível de doses, surgem alertas de que a forma com que as vacinas estão sendo distribuídas representa outro grave perigo para a saúde pública mundial, como apontou um estudo da Universidade Duke, nos Estados Unidos, que se tornou referência no assunto.

Isso porque os países mais ricos já compraram a maior quantidade de vacinas que serão produzidas neste ano, enquanto os mais pobres não terão doses para aplicar nem em suas populações mais vulneráveis. Estima-se que cerca de 90% das pessoas em quase 70 países de baixa renda terão poucas chances de serem vacinadas em 2021.

Especialistas temem que, se tudo continuar como está, o vírus pode continuar a sofrer mutações, tornar as vacinas atuais menos eficazes e produzir consequências econômicas, políticas e morais devastadoras, como alerta Andrea Taylor, diretora de pesquisas no Centro de Inovação em Saúde Global da Duke, que monitora a distribuição de vacinas em todo o mundo.