Eleições municipais 2020: os partidos que mais ganharam e os que mais perderam prefeitos

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O segundo turno das eleições municipais brasileiras consolidou neste domingo (29/11) o mapa do avanço e recuo dos principais partidos do país que já se desenhava no primeiro turno.

Em resumo, siglas que orbitam do centro à direita no espectro político, como DEM, PP, PSD e Republicanos, aumentaram significativamente em 2020 o número de prefeituras conquistadas em relação a 2016, com destaque para capitais e cidades médias e grandes.

Por outro lado, PSDB, MDB e PT foram os principais perdedores nessa comparação de Executivos municipais.

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Os tucanos ainda governam a maior população do país, quatro capitais, mas estão cada vez mais limitados a São Paulo. O MDB governará o segundo maior número de habitantes, o maior número de prefeituras (cinco capitais), mas sofreu um recuo de 25% em relação a 2016.

E os petistas, que elegeram prefeitos em quatro capitais em 2012, acabaram sem nenhuma em 2020.

Por fim, não dá para deixar de mencionar o fracasso do presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral em 2020. Seu principal aliado na disputa, Marcelo Crivella (Republicanos), não conseguiu se reeleger no Rio de Janeiro, e seu filho, Carlos Bolsonaro, teve menos votos para vereador do que em 2016. Para analistas, não é possível decretar o fim do bolsonarismo, mas o presidente demonstrou que perdeu força eleitoral.

Veja abaixo três destaques das urnas.

Partidos de centro e direita lideram vitórias

Três siglas que orbitam no espectro político que vai do centro à direita são as principais vencedores das eleições municipais de 2020.

Em números absolutos, o DEM obteve o maior número de prefeituras em relação a 2016, 197. O partido conquistou quatro capitais (recorde desde 1996) e aumentou em 70% o número de prefeituras em relação a 2016, de 268 para 466, segundo resultados eleitorais preliminares.

A sigla, liderada nacionalmente por Rodrigo Maia (RJ) e ACM Neto (BA), é mais forte no Centro-Oeste e no Sudeste, e mais fraca no Sul.

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O PP, com a segunda maior vitória em números absolutos, passou de 495 para 685, um ganho de 190 prefeituras. A força do partido é percebida principalmente no Sul e no Nordeste, e em bem menor grau no Sudeste e no Norte.

A terceira maior vitória em prefeituras foi obtida pelo PSD, capitaneado pelo ex-ministro Gilberto Kassab (SP). O partido passou de 539 para 655 prefeituras em quatro anos, um aumento de 116 cidades, principalmente no Sul, no Nordeste e no Norte. A menor presença relativa da sigla é no Centro-Oeste.

Outro partido que foi bem na disputa foi o Republicanos, ex-PRB, o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus. A sigla perdeu o comando de sua principal cidade, o Rio de Janeiro, mas mais que dobrou o número de municípios governados: 105 para 221.

PP, PSD e Republicanos são partidos do chamado centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas conservadoras, sem orientação ideológica clara.

Eles são conhecidos menos por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia. Na prática, integraram a base de apoio no Congresso dos últimos três presidentes: Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

PSDB concentrado em São Paulo

Em 2020, o PSDB se manteve como o partido que governa a maior população em cidades, mas o partido sofreu um recuo considerável. Caiu de 799 prefeituras em 2016 para 521 neste ano, segundo dados preliminares.