Estudante picado por naja no DF apresenta atestado e só deve depor à polícia em agosto

De acordo com delegado, defesa de Pedro Henrique Krambeck alegou que ele deve ficar em repouso por 18 dias. Jovem é suspeito de tráfico de animais.

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O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, picado por uma cobra da espécie naja na semana passada, no Distrito Federal, apresentou um atestado de 18 dias e só deve prestar depoimento à Polícia Civil em agosto.

A informação foi confirmada ao G1, nesta sexta-feira (17)pelo delegado Willian Ricardo, da 14ª Delegacia de Polícia, no Gama. Inicialmente, a expectativa dos investigadores era ouvir o jovem nesta semana, mas por conta do atestado, ele só deve depor 18 dias após a alta hospitalar, na segunda-feira (13).

“Não tenho como obrigar ninguém a prestar depoimento com essa situação”, disse o delegado.

Pedro Henrique Krambeck é suspeito de tráfico de animais. Após ser picado pela cobra, ele ficou seis dias internado em um hospital particular no Gama, sendo cinco em uma Unidade de Terapia Intensiva (relembre abaixo).

Multas e investigação

Mãe de estudante picado por naja no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1

Mãe de estudante picado por naja no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1

Na tarde de quinta-feira (16), a mãe do jovem, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, prestou depoimento à polícia por quatro horas. Ela não quis falar com a imprensa.

Durante a amanhã, o padrasto do rapaz, o tenente-coronel da Polícia Militar do DF Eduardo Condi, foi alvo de uma operação da Polícia Civil que investiga tráfico de animais exóticos. O celular do militar foi apreendido. Ele também prestou depoimento.

Também na quinta, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que aplicou R$ 78 mil em multas ao estudante e à família dele.

Entenda o caso

Cobra Naja que picou estudante em Brasília faz ensaio fotográfico no zoológico  — Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

Cobra Naja que picou estudante em Brasília faz ensaio fotográfico no zoológico — Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

No dia 7 de julho, Pedro Henrique Krambeck foi picado pela cobra da espécie naja, que não existe na fauna brasileira. Ele chegou ao hospital consciente, mas o quadro se agravou ao longo das primeiras horas.

O estudante precisou receber um soro antiofídico do Instituto Butantan, em São Paulo, por causa da picada da naja – uma das cobras mais venenosas do mundo, originária de regiões da África e da Ásia. A unidade era a única que possuía o soro no país.

Segundo os investigadores, o estudante criava a cobra em casa, ilegalmente. A Polícia Civil apura se o rapaz estava envolvido em um esquema de tráfico de animais. Outras 16 cobras que seriam de propriedade dele foram encontradas em um haras em Planaltina.

Após o incidente, a naja foi localizada em uma caixa próximo a um shopping no Setor de Clubes Esportivos Sul. De acordo com a polícia, um amigo foi o responsável por abandonar a serpente no local.

Uma das 16 cobras apreendidas em um haras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma naja  — Foto: Afonso Ferreira/ G1

Uma das 16 cobras apreendidas em um haras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma naja — Foto: Afonso Ferreira/ G1