PF faz operação em 5 estados para combater fraudes em institutos de previdência municipais

Ao todo, 200 policiais participam da ação em Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. PF calcula que cerca de R$500 milhões de reais de RPPSs foram aportados nestes fundos “fundos fake”.

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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (15) uma operação para combater fraudes em 65 institutos de previdências localizados nos estados de São Paulo, Rondônia, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Segundo a PF, os institutos investigados são municipais e todos investiram em fundos falsos, administrados por uma das instituições investigadas.

Ao todo, 71 mandados de busca e apreensão são cumpridos na Operação Fundo Fake, que tem apoio de 200 policiais e é feita em Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Todos os mandados foram expedidos pela Justiça de Rondônia.

A PF calcula que cerca de R$ 500 milhões de reais de RPPSs foram aportados nestes fundos “fundos fakes”, sendo R$ e 17 milhões só na previdência de Rolim de Moura.

Segundo a PF, a organização criminosa foi descoberta pela delegacia de Vilhena (RO), depois do instituto de previdência de Rolim de Moura (RO), o Rolim Previ, contratar por vários anos uma empresa de consultoria financeira para que a mesma indicasse quais as melhores aplicações financeiras para o Fundo.

Operação Fundo Fake é realizada pela PF em cinco estados — Foto: PF/Divulgação

Operação Fundo Fake é realizada pela PF em cinco estados — Foto: PF/Divulgação

O objetivo da organização criminosa era prejudicar os cofres dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) municipais.

“Ao longo da investigação foi verificado que, logo após os investimentos do Rolim Previ nos fundos, boa parte do valor era repassado rapidamente para a consultoria e seus sócios. Tal prática é conhecida no mercado como “rebate”. Os rebates identificados perfaziam percentuais de mais de 20% do valor investido em alguns casos e a consultoria então providenciava que parte dos valores chegassem a gestores do Rolim Previ”, diz a PF.

Criação do fundo falso

A PF afirma que o objetivo das instituições financeiras foi criar diversos fundos de investimentos que aportavam valores entre si, como um efeito cascata.

Com isso, as administradoras e gestoras dos fundos conseguiam multiplicar seus ganhos com taxas de administração, gestão e performance, essa quase sempre fraudada). A organização criminosa criou um sistema de dinheiro virtual e aumentou dos investimentos, todos atrelados.

A perícia da PF aponta um prejuízo de R$ 17,4 milhões apenas nos cofres do Rolim Previ. Também foi observado que outros 65 institutos de previdência do Brasil investiram em fundos administrados por uma das instituições investigadas nesta operação.

Calcula-se que cerca de R$500 milhões de reais de RPPSs foram aportados nestes fundos fraudulentos, de acordo com a Operação Fundo Fake.