‘Teremos um novo colapso’: cientistas alertam que dados da Covid-19 em queda podem saltar após relaxamento de medidas de isolamento em Manaus

Capital do Amazonas tem mais de 19 mil infectados e 1,3 mil mortos; parte do comércio reabriu no dia 1º.

262

Manaus está entre as seis cidades brasileiras com mais de mil mortes confirmadas por Covid-19. Quase três meses depois do primeiro caso confirmado, a capital do Amazonas registra mais de 48 mil pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus e mais de 1,4 mil mortes em decorrência da doença. Com uma leve queda na taxa de ocupação de leitos de UTI, que demorou um mês para cair de 96% para 64%, o governo optou por flexibilizar a quarentena e reabrir parte do comércio desde de segunda-feira (1º), mas pesquisadores alertam que um novo colapso pode causar ainda mais mortes por conta da pandemia.

Para o pesquisador Lucas Ferrante, pesquisador do Inpa, o governo foi negligente em relaxar as medidas de isolamento. Ferrante integra um grupo de cientistas que emitiu uma nota técnica, no último dia 27, alertando sobre os riscos de um novo colapso na saúde. “É uma negligência essa abertura do comércio. Um estudo havia sido enviado por vários pesquisadores alertando que não poderia retomar essas atividades”, disse.

“No cenário mais brando, sendo mais conservador e menos pessimista possível, nós teremos, sem dúvida, duas vezes mais mortes do que tivemos no primeiro colapso de saúde. Teremos um novo colapso, isso é muito certo”, alertou.
 

Segundo o governo estadual, a decisão foi tomada com base em dados do comitê de crise que apontam queda nos números de Covid-19 no estado. No entanto, dados divulgados diariamente pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) mostram que o número de pessoas infectadas pelo coronavírus na cidade ainda é crescente. Uma semana antes da reabertura de parte do comércio, Manaus tinha 13.979 de casos confirmados. No dia 1º de junho – quando teve início a flexibilização do isolamento – a capital contabilizava 18.367 casos, aumentando nos dias seguintes para 18.981 (02/06) e 19.043 (03/06). Neste domingo (07/06), o número 20.785 .

Além disso, embora os cemitérios públicos de Manaus tenham apresentado queda no número de sepultamentos, saindo da média de 100 enterros diários para 30, os óbitos registrados em decorrência da Covid-19 tiveram uma alta de 83,1%, saindo de 190, em abril, para 348 no mês de maio.

“Esses índices não caíram. É uma questão que flutua de acordo com a mobilidade urbana das pessoas e você vai sentir isso mais de 15 dias depois. O governo tem que considerar esses fatores epidemiológicos ao propor um plano para saúde pública e reabertura econômica”, afirmou Ferrante.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou na terça-feira (2) que “acredita ter superado o momento mais difícil do coronavírus”. Em contrapartida, o vice-diretor de pesquisa e Inovações da Fiocruz no Estado do Amazonas, Felipe Naveca, avalia que foi uma decisão precipitada.

“É uma reação normal das pessoas acharem que o pior já passou e relaxarem, e aí o perigo aumenta. Mesmo que em Manaus tenha havido uma diminuição de casos, pode ser uma variação momentânea e não uma tendência de queda. Precisa de alguns dias para ter certeza. Além disso, no interior o aumento está em expansão. No momento em que estivéssemos com a curva indiscutivelmente em queda seria a melhor opção, isso baseado no que outros países mostraram”, explicou.

Atualmente, o Amazonas é o segundo estado com a maior incidência do novo coronavírus, com 1.042,2 casos a cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá. Em relação ao índice de mortalidade, o estado lidera o ranking com média local de 50,7 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 14,2 mortes.

Conforme dados desta quinta-feira (4), 12 cidades do Amazonas estavam entre as 20 cidades do país com a maior mortalidade por Covid-19. Entre as 20 cidades com maior incidência da doença, 13 estão localizadas no Amazonas.

Além disso, embora os cemitérios públicos de Manaus tenham apresentado queda no número de sepultamentos, saindo da média de 100 enterros diários para 30, os óbitos registrados em decorrência da Covid-19 tiveram uma alta de 83,1%, saindo de 190, em abril, para 348 no mês de maio.

“Esses índices não caíram. É uma questão que flutua de acordo com a mobilidade urbana das pessoas e você vai sentir isso mais de 15 dias depois. O governo tem que considerar esses fatores epidemiológicos ao propor um plano para saúde pública e reabertura econômica”, afirmou Ferrante.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou na terça-feira (2) que “acredita ter superado o momento mais difícil do coronavírus”. Em contrapartida, o vice-diretor de pesquisa e Inovações da Fiocruz no Estado do Amazonas, Felipe Naveca, avalia que foi uma decisão precipitada.

“É uma reação normal das pessoas acharem que o pior já passou e relaxarem, e aí o perigo aumenta. Mesmo que em Manaus tenha havido uma diminuição de casos, pode ser uma variação momentânea e não uma tendência de queda. Precisa de alguns dias para ter certeza. Além disso, no interior o aumento está em expansão. No momento em que estivéssemos com a curva indiscutivelmente em queda seria a melhor opção, isso baseado no que outros países mostraram”, explicou.

Atualmente, o Amazonas é o segundo estado com a maior incidência do novo coronavírus, com 1.042,2 casos a cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá. Em relação ao índice de mortalidade, o estado lidera o ranking com média local de 50,7 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 14,2 mortes.

Conforme dados desta quinta-feira (4), 12 cidades do Amazonas estavam entre as 20 cidades do país com a maior mortalidade por Covid-19. Entre as 20 cidades com maior incidência da doença, 13 estão localizadas no Amazonas.