Segundo um levantamento feito pelo G1, com dados das secretarias estaduais de saúde, 12 municípios do Amazonas estão entre os 20 com maior mortalidade pelo coronavírus em todo o Brasil.
Pelas águas, nos barcos, a Covid-19 viajou de Manaus até os municípios do interior.
“Uma pessoa que saiu contaminada de Manaus, numa lancha expressa, foi por vários dias numa lancha e isso disseminou casos no Alto Solimões”, destaca Cássio Roberto do Espírito Santo, secretário-executivo adjunto de Atenção Especializada do Interior.
Isso aconteceu e ainda acontece, porque mesmo com os decretos que proíbem o transporte intermunicipal hidroviário e terrestre de passageiros, muita gente tem viajado clandestinamente pelos rios do estado.
“Nós precisamos urgente da conscientização das pessoas, a gente precisa que o transporte de passageiros evite a clandestinidade que está afetando esse serviço no interior”, afirma Padre Éder Carvalho, representante da Arquidiocese de Manaus.
Em Tapauá, a 448 quilômetros de Manaus, falta fiscalização. A denúncia é de um padre, que mora na localidade. “Não existe nenhuma barreira sanitária, não existe uma guarda-civil municipal, não existe presença da polícia militar”, conta o padre.
Dos 18.392 casos confirmados de Covid-19 no estado, pouco mais de 47% não estão na capital. Até o momento 60 municípios dos 62 do estado já têm casos do novo coronavírus.
Nos municípios do interior, não existem leitos de UTI. O que tem por lá são as unidades de cuidados intermediários: UCIs, 82 leitos com respiradores.
Em casos graves, o paciente é transferido para Manaus. Só nesta sexta (15), foram sete remoções aéreas. Na capital a ocupação dos leitos de UTI dos hospitais públicos está em 82%.
A Agência Reguladora dos Serviços Delegados e Contratados do Amazonas afirma que já realizou mais de 200 fiscalizações nos principais pontos de embarque da orla fluvial de Manaus e que a dificuldade logística da fiscalização é a cobertura de toda a extensão do estado, que possui diversos portos clandestinos improvisados.