Teich critica previsões matemáticas da covid-19: ‘Pioram o medo’

Novo ministro da Saúde questionou o que chamou de 'números alarmantes' e disse que governo vai liberar projeções próprias a estados e municípios

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Em sua primeira entrevista coletiva, o recém-chegado ministro da Saúde, Nelson Teich, minimizou nesta segunda-feira (22) projeções matemáticas da evolução de casos e mortes da covid-19.

Ele citou como exemplo negativo um estudo publicado por pesquisadores do Imperial College London, no Reino Unido, que apontava que se não fossem adotadas medidas de distanciamento social, as mortes por covid-19 no Brasil poderiam superar 1 milhão.

“Se você pegar, por exemplo, o número que veio, que foi o que mais assustou, que foi o do Imperial College, que 1,15 milhão de pessoas morreriam no Brasil, mas com algum tipo de cuidado específico, cairia para 44 mil. Isso é impossível: não tem medida que caia de 1,15 milhão para 44 mil.”

Em pouco mais de um mês desde a primeira morte por covid-19, o Brasil tem hoje 2.906 óbitos. O número de casos chega a 45.757.

Teich defendeu “modelos mais ou menos padronizados” e disse que um número errado pode gerar um resultado “completamente desbaratado”.

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“Se você gera números muito alarmantes, e você começa a tratar o que é um modelo matemático, que é só um exercício matemático, você piora ainda mais o medo e a expectativa da sociedade.”

Diretrizes

Segundo o ministro, é preciso entender que “o Brasil é absolutamente gigante e heterogêneo” o que exige orientações de acordo com cada região em relação ao distanciamento social como forma de evitar a disseminação do coronavírus.

Ele prometeu para a próxima semana a divulgação de diretrizes customizadas, com projeções do próprio Ministério da Saúde, para auxiliar governadores e prefeitos na toma de decisões.