Isolamento social pode reduzir em 31% casos de coronavírus em Manaus; Sem medida, 22 mil precisarão de UTI, diz governo

Médico que lidera pesquisa da cloroquina prevê que 'maioria das pessoas seja contagiada', e destaca importância de isolamento social para que ritmo seja lento.

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Projeções feitas pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) apontam que o isolamento social pode reduzir em 31% o número de infectados na capital e na região metropolitana. Há pouco mais de uma semana, um decreto do Governo Estadual suspende todos os serviços não-essenciais na cidade.

O mesmo estudo mostra que, sem a medida de restrição de circulação de pessoas, 22 mil pessoas poderão precisar de UTI. “Se isso acontecer num curto espaço de tempo, aumentaria a possibilidade de óbitos já que o sistema de saúde não suportaria a demanda”, diz nota do governo.

Mapa: casos de coronavírus no Brasil - acumulado por UF (terça-feira, 31 de março) — Foto: Reprodução/G1

Mapa: casos de coronavírus no Brasil – acumulado por UF (terça-feira, 31 de março) — Foto: Reprodução/G1

Durante uma reunião com representantes do governo e empresários, a equipe de saúde reforçou a importância do isolamento social neste momento inicial de casos de coronavírus pelo estado. Até a manhã desta terça-feira, são 151 pessoas infectadas no Amazonas.

O médico e pesquisador da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e da Fiocruz, Marcus Lacerda, que conduz pesquisa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 no estado, ressaltou que a maioria das pessoas será contagiada pelo vírus, mas é necessário que seja de forma lenta, daí a necessidade da redução do contato entre pessoas.

Casos de coronavírus no Amazonas
1º caso foi confirmado no dia 13 de março
30/mar
● caso confirmados: 151

O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, disse que o sistema de saúde do Amazonas, assim como em qualquer outro lugar do mundo, “não está preparado para uma explosão de casos do novo coronavírus, se todos adoecerem num curto espaço de tempo”.

A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, destacou que neste início da epidemia no Estado poucos casos positivos têm mais de 60 anos e a população mais atingida pelo novo coronavírus está na faixa-etária de 30 a 49 anos. “A nossa força de trabalho é que está sendo atingida, não são os idosos nem as crianças”, disse.