Rondônia poderá ter 500 mil novos casos de coronavírus até maio de 2020, estima Cremero

Pesquisa divide números sobre o comportamento da Covid-19 em dois cenários: estimativas otimistas e pessimistas. Confira os dados.

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Rondônia poderá ter 500 mil novos casos confirmados do novo coronavírus até 2 de maio de 2020, estima o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero).

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27), durante coletiva de imprensa em Porto Velho. A pesquisa foi realizada por Ana Lucia Escobar e Vinícius Ortigosa Nogueira, médicos, pesquisadores e conselheiros do Cremero.

O estudo divide os números sobre o comportamento da Covid-19 no estado em dois cenários: estimativas otimistas e pessimistas.

Estimativas pessimistas

O Cremero baseou esse cenário pessimista nas estimativas feitas pelo Centro de Pesquisas do Hospital Sarabá, em São Paulo, que apontam que a Covid-19 pode, a cada 7,2 dias, se decuplicar, ou seja, se multiplicar por 10.

Com isso, partindo da informação que em Rondônia existiam, até 25 de março, 5 casos confirmados, a prospecção é que até 2 de maio, o número salte para 500 mil.

A cada 7,2 dias

Data Previsão de casos
25 de março 5
1º de abril 50
8 de abril 500
15 de abril 5 mil
22 de abril 50 mil
2 de maio 500 mil

Estimativas otimistas

Em um cenário otimista, Rondônia poderá ter 134.582 novos casos confirmados do novo coronavírus até maio de 2020.

A distribuição dos casos estimados nesse cenário avalia a população residente no estado e a taxa de ataque [taxa de letalidade], conforme cada faixa etária. Para a quantidade populacional foram usadas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para interpretar a tabela abaixo leia assim: moram em Rondônia 132.095 crianças de 0 a 4 anos, como a taxa de ataque para esse grupo é de 7,4%, há uma previsão de 9.775 casos para essas pessoas.

No caso dos 159.360 jovens de 20 a 24 anos que moram em Rondônia a previsão é que 9.562 casos sejam confirmados nesse grupo. Já que a taxa de ataque é de 6%.

Para os 117.965 adultos de 45 a 49 anos, os dados esperam 5.780 casos confirmados, pois a taxa de ataque é de 4,9%.

Quando se trata dos idosos de 65 a 69 anos espera-se 7.002 casos confirmados entre a 45.470 pessoas, com taxa de ataque em 15,4%.

Confira a tabela completa:

Estimativas otimistas

Faixa etária População residente Taxa de ataque Casos previstos
0 a 4 anos 132.095 7,4% 9.775
5 a 9 anos 139.864 7,4% 10.350
10 a 14 anos 150.104 7,1% 10.657
15 a 19 anos 162.901 7,1% 11.566
20 a 24 anos 159.360 6% 9.562
25 a 29 anos 166.858 6% 10.011
30 a 34 anos 165.612 6% 9.937
35 a 39 anos 159.994 6% 9.600
40 a 44 anos 138.044 4,9% 6.764
45 a 49 anos 117.965 4,9% 5.780
50 a 54 anos 104.259 9,1% 9.488
55 a 59 anos 87.657 9,1% 7.977
60 a 64 anos 65.177 15,4% 10.037
65 a 69 anos 45.470 15,4% 7.002
70 a 74 anos 28.676 9,7% 2.782
75 a 79 anos 17.532 9,7% 1.701
80 a 84 anos 9.875 9,7% 958
85 a 89 anos 4.417 9,7% 428
90 anos e mais 2.132 9,7% 207
Total 1.857.992 134.582

Embasamento

A pesquisa foi feita para mostrar à população e autoridades o que está por vir e como se preparar para a situação.

“Estamos observando com muita preocupação a letargia do poder público estadual em prover seguranças e ações efetivas de enfrentamento a pandemia. Os números apresentados são preocupantes e não estamos preparados para eles”, disse Vinicius.

Entre as fontes citadas para a pesquisa estão a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Associação Brasileira de Infectologia, o Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Sabará, e artigos internacionais, um deles desenvolvido na China “Epidemiology and Transmission of COVID-19 in Shenzhen China”.